Correios tenta maquiar adesão à greve no 2º dia do movimento
A greve nacional dos funcionários da Empresa de Correios e Telégrados (ETC) entra no segundo dia nesta sexta-feira (14). Os serviços de entrega rápida Sedex Hoje (que entrega correspondências no mesmo dia), Sedex 10 (que garante entrega até as 10h do dia
Publicado 14/09/2007 13:49
Segundo a Federação Nacional dos Trabalhadores da Empresa de Correios e Telégrafos (Fentect), cerca de 80 mil funcionários cruzaram os braços na quinta-feira (13), quando o protesto teve início. Já o correio informa que a paralisação atingiu apenas o setor de distribuição (que agrega os carteiros), com a adesão de cerca de 15 mil pessoas.
Os trabalhadores querem reajuste salarial de 47,7%, mais reposição da inflação de 3,74%, além de um aumento linear de R$ 200 e a manutenção de benefícios. Os Correios ofereceram reajuste imediato de 3,74% e aumento de R$ 50 para janeiro, além de abono de R$ 400, pago em duas parcelas (uma imediata e outra no início de 2008). A proposta foi rejeitada.
Na manhã desta sexta, representantes da ECT e dos funcionários devem participar de uma reunião de negociação para tentar encontrar uma saída para o impasse. ''Nós estamos abertos às propostas'', diz o presidente da Fentect, Manoel Cantoara.
Programa de contingência
A ECT afirma que entrega 32 milhões de objetos diariamente e que estão sendo implantados programas de contingência para garantir a distribuição das encomendas que já foram postadas.
Já a federação dos trabalhadores diz que entre 10% e 15% das correspondências devem ser entregues durante a greve.
Como a greve altera a rotina
A greve não deve prejudicar a entrega de contas de água e de luz aos consumidores, de acordo com as concessionárias de serviços públicos. Mas se a paralisação se estender pode prejudicar a entrega de faturas e boletos bancários.
Especialista em direito do consumidor, a advogada Sílvia Zeigler afirma que as empresas e prestadoras de serviço não podem cobrar multa por atraso ou interromper o serviço de clientes prejudicados por uma fator externo, como a greve dos Correios. No entanto, ela recomenda que, por precaução, o consumidor busque informações pela internet junto ao fornecedor do bem ou serviço para evitar transtornos futuros. ''Muitas vezes as empresas postam as faturas antes e é difícil para o consumidor provar que não recebeu por causa da greve'', diz ela.