Relator quer votar 2º processo contra Renan na terça
O senador João Pedro (PT-AM), relator da segunda representação contra Renan Calheiros (PMDB-AL), disse que seu parecer estará pronto para ser votado a partir de terça-feira (18) no plenário do conselho. “Eu já comuniquei o senador Leomar Quintanilha (pres
Publicado 14/09/2007 14:59
João Pedro, que assumiu a cadeira de senador como suplente do ministro dos Transportes, Alfredo Nascimento (PR-AM) e foi vice-presidente da UNE em 1981, votou pela cassação na reunião do Conselho de Ética no último dia 5, que aprovou o relatório acusando Renan de quebra de decoro parlamentar. Uma semana antes, porém, votara pela manutenção do voto secreto, tida como favorável ao presidente do Senado.
Nesta sexta-feira, ele sinalizou que vai propor o arquivamento da nova representação, a segunda de uma lista de quatro. Disse também que não irá revelar o voto que deu em plenário na quarta-feira, “por respeito aos outros senadores” . “Estou tranqüilo: votei com a minha história, votei certamente com a ética daqueles que acreditam na postura ética dos representantes do povo”, agregou, em discurso no plenário.
Polêmica com Alexandre Garcia
O discurso comprou uma polêmica com o comentarista Alexandre Garcia, da TV Globo, por este ter afirmado que “não é para esperar muita coisa do relatório” e assegurado que João Pedro votou na absolvição. “Alexandre Garcia não é Deus nem melhor do que ninguém. Ele tem o direito de comentar, mas não de dizer como devo escrever meu relatório. Além do mais, o Conselho de Ética terá o direito de rejeitar meu parecer, emendá-lo ou aprová-lo”, afirmou o senador
O relatório, segundo João Pedro, será conclusivo. “Meu relatório vai dignificar o Senado. Vou fazer meu parecer com a maior tranqüilidade, mergulhado nos dois pilares que envolvem esse debate: o técnico e o político, pois essa Casa é política”, disse o senador.
Ainda conforme João Pedro, o relatório tomará por base a matéria da revista Veja, que fez a denúncia, a representação do Psol pedindo o processo e a defesa de Renan Calheiros. “O Conselho de Ética não é uma CPI, não tem autonomia, não tem competência [para pedir documentos, diligências e depoimentos]” , afirmou.
Após a vitória, rapidez interessa a Renan
A aceleração do processo, antes desejada pela oposição, passou a ser do interesse do acusado depois da vitória por 46 votos a 35 na votação desta quarta-feira (tanto os anti como os pró-cassação avaliam que as seis abstenções foram em essência votos em defesa do mandato de Renan).
João Pedro evitou vincular essa segunda representação à primeira, arquivada na quarta-feira. ” Embora seja o mesmo senador, tenho de dar o caráter técnico de não vincular uma representação a outra”.
O processo relatado por João Pedro trata da denúncia de que Renan teria beneficiado a empresa Schincariol junto ao INSS (Instituto Nacional do Seguro Social) e grilado terras em Alagoas em parceria com seu irmão, o deputado Olavo Calheiros (PMDB-AL) — que está sendo investigado no Conselho de Ética da Câmara. Afora ele, restam duas representações contra o presidente do Senado, uma delas já transformada em processo mas nenhuma das duas com relator indicado.
Muitos parlamentares afirmam que, ao contrário da primeira representação contra Renan, a segunda tem elementos mais frágeis para a sua sustentação. No primeiro processo – em que foi absolvido – Renan ara acusado de usar dinheiro de uma empreiteira para pagar pensão à jornalista Mônica Veloso, com quem tem uma filha fora do casamento.
Da redação, com agências