Tribuna de Debates da 12ª Conferência Esatadual do PCdoB – Pará

Um projeto político para o PCdoB. Com novo tempo, nova atitude!

Vivemos uma nova realidade no Brasil que exige uma orientação mais ousada e afirmativa do Partido. Encontramo-nos sob a égide de uma nova tática diz o documento base da 12ª Conferência. Essa nova tática exige uma nova postura do Partido que tem que se refletir em nossa atuação no movimento social, em nossa política eleitoral e na luta de idéias. Embora continuemos a defender a necessidade da unidade temos que dar mais ênfase à afirmação de nossa identidade para nos transformarmos em referência de esquerda.


 


Dentro desse debate, alguns camaradas tem enfatizado a necessidade do PCdoB ter um projeto político definido que oriente sua atuação no Estado do Pará. E que o Partido deveria encontrar seu espaço próprio ao aplicar a nova orientação.
Penso que o projeto político maior e o espaço político próprio a ser construído pelo PCdoB é o de se transformar na referência de esquerda do Estado. Referência que vem sendo perdida pelo PT e que o PSOL e PSTU tentam ocupar, mas com uma atitude estreita e dogmática que os tornam inconseqüentes.
 


O nosso partido deve batalhar para tornar-se essa referência compreendendo que não pode se isolar, que a construção de um projeto de esquerda para o Estado é obra de uma frente de forças políticas e não tarefa de um único partido. Deve construir uma marca própria. De um partido conseqüente, de luta, sério, competente e capaz de ser um pólo de convergência de amplas forças que se transformem em alternativa real de poder. Para isso, precisa aumentar sua densidade eleitoral, isto é, ter mais votos, com prefeitos, vereadores e deputados eleitos. Recuperar, manter e ampliar os espaços institucionais. Começar desde já a construção do projeto eleitoral de 2008 e 2010. Iniciar a transição da tática procurando lançar candidatos a cargos majoritários e construindo, onde possível, chapas próprias ou chapas mistas em coligações favoráveis para eleger vereadores. Tudo para buscar mais visibilidade ao Partido e aumento de sua sesta de votos. Naturalmente levando em consideração a realidade de cada município e a necessidade de avançarmos na luta contra as forças de direita (PSDB, DEM) e de consolidação da base de apoio ao governo Lula e Ana Júlia.


 


Construir um espaço próprio nos movimentos sociais: um pólo de luta, amplo e democrático. Pólo que aglutine as forças mais avançadas do movimento social disseminando sua participação e presença nas lutas do povo. Construir a seção da nova central sindical no Estado e dinamizar a CMS como instrumentos para isso.
No campo da luta de idéias: trabalhar as linhas mestras de um projeto para o Estado e o município de Belém. Definir uma “marca” para o PCdoB: na participação governamental, no parlamento, no movimento social: marca de luta, democracia, união, competência, seriedade, honestidade, etc. Desenvolver uma campanha intensa de divulgação de nossas idéias e propostas de forma a ir conformando nossa identidade.


 


Para dar concretude a esse projeto é indispensável abrir o Partido para abrigar novas lideranças, para que se torne uma força convergente de todos os que buscam um caminho mais conseqüente e democrático de transformação da sociedade. Ter um olhar para frente, dar perspectiva para nossa militância demonstrando a possibilidade concreta de construir um grande e representativo partido comunista. Consolidar o núcleo estadual de direção, dar condições político e materiais para sua funcionalidade, investir na construção de uma rede estadual de direção com a consolidação de núcleos intermediários de direção em particular em Belém e nas cidades pólos regionais. E investir na construção de uma rede sólida de organizações de bases que enraízem o partido nas massas, transformando seu trabalho em redutos do Partido, em áreas de influência e mananciais de formação de militantes e quadros. Eis alguns de nossos desafios.



 


* Marcos Casteli Panzera
Secretário Estadual de Formação e Propaganda PCdoB – Pará.