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CUT-SP protesta contra plano privatista do PSDB de Serra

A CUT-SP, Sindicatos Cutistas e parlamentares de São Paulo realizaram, na manhã desta segunda (8), aquela que promete ser a primeira de uma série de manifestações contra a venda de um lote de empresas públicas paulistas. Um “pacotão” de 18 empresas, divid

Entre as candidatas estão JP Morgan, Banco Fator e Ernest Young. No grupo de modelagem de vendas, disputam Morgan Stanley, Citi Bank e Ernest Young.


 


O presidente nacional da Central Única dos Trabalhadores, Artur Henrique, lembrou que no início do Programa Estadual de Desestatização (PED), em 1995, assim como acontece agora, o governo Mário Covas (1995-2001) dizia que a venda das companhias iria diminuir as dívidas do Estado e melhorar os serviço.


 


“Após 12 anos vemos que os serviços pioraram e as tarifas aumentaram. Já naquela época falávamos sobre a suspeita de usar as empresas como caixa de campanha e moeda de troca política. Por aqui, PSDB significa patrimônio sendo doado em troca de banana”, criticou.


 


Governo Serra quer vender tudo


 


Raquel Kacelnikas, do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região e funcionária da Nossa Caixa também acredita que a definição do valor das empresas é um passo rumo ao planalto federal. “Se depender do governador vale qualquer preço para se tornar presidente. Precisamos alcançar a população de São Paulo para que ela saiba como o tucano financia obras como o Rodoanel com dinheiro de privatizações para gerar mais privatizações, já que Rodoanel também ficará nas mãos da iniciativa privada”, ressaltou.


 


Para o Secretário Geral da CUT/SP, Adi Lima, as mobilizações fazem parte da discussão sobre o modelo de gestão que os trabalhadores desejam. “Vamos desencadear um debate com a sociedade para saber se a população realmente quer privatizar setores estratégicos como transporte, pesquisa, educação, água e saneamento básico”, afirmou.


 


Eduardo Annunciato, o Chicão, Diretor do Sindicato dos Eletricitários de São Paulo, apontou um exemplo da forma de atuação de empresas privadas em setores estratégicos como a energia. “Nos últimos dias, a Eletropaulo, privatizada durante o governo do PSDB, queria demitir 523 trabalhadores, algo que prejudicaria a prestação de serviço. Eles não tem compromisso nenhum com os cidadãos, apenas vislumbrar o lucro”.


 


O deputado do PV-SP, Major Olímpio, também destacou a falta de compromisso público de Serra. “O efeito da falta de estratégia no caso da Eletropaulo não é uma exceção é uma regra geral. A Cosesp (Companhai de Seguros do Estado de São Paulo), já a partir do dia 1º de novembro não renovará o seguro de vida dos policiais”, acrescentou.


 


Presidente do Sindicato dos Metroviários, Flávio Godói lembrou da responsabilidade do Tribunal de Contas do Estado (TCE) para apurar as contas públicas. “O deputado Simão Pedro (lider do PT na Alesp) ingressou com um processo contra a privatização do Metrô e devemos cobrar do TCE que acompanhe as ações de uma gestão que ingressa com R$ 1 bilhão, enquanto o grupo privado aplica R$ 300 mil e ainda ganha o dinheiro de explorar a malha metroviário durante mais de uma década. Que pareceria é essa?”, questionou.


 


Liminar e próximo evento


 


Também nesta segunda-feira a Bancada do Partido dos Trabalhadores na Assembléia Legislativa de São Paulo (Alesp) protocolou um recurso de reconsideração à Ação Popular e o pedido de liminar na 1.ª Vara da Fazenda Pública do Estado de São Paulo. Porém, a juíza Luciana Almeida Bresciani considerou que não há riscos de venda imediata das estatais.


 


Contudo, o grupo da oposição alega que não há razão para o Estado pagar R$ 20 milhões para que as empresas sejam avaliadas, se não há intenção de vendê-las.


 


“Somos solidários à luta contra o sucateamento público e apoiamos aqueles que desejam preservar o patrimônio público construído com muita luta e muito suor”, afirmou o deputado do PT-SP Marcos Martins.


 


Na próxima quarta, dia 10, uma reunião na Assembléia Legislativa, às 10 horas, definirá os próximos passos da Frente em Defesa das Empresas Públicas.


 


Leia abaixo o conteúdo do material que a CUT-SP distribuiu diante da Secretária da Fazenda de São Paulo:


 



FRENTE EM DEFESA DAS EMPRESAS PÚBLICAS ESTATAIS


 


Nessa segunda, dia 8, o governo José Serra (PSDB) promoveu o primeiro passo para vender o que resta do patrimônio da população de São Paulo.


 


Sabesp, Nossa Caixa, Metrô, CDHU, Cetesb, EMTU, são sete das 18 empresas (leia a lista completa abaixo) que serão avaliadas e poderão passar para as mãos do poder privado. Caberia ao poder público controlar e administrar o fornecimento de água, saneamento básico e ambiental, transporte, habitação, educação, obras e serviços.


 


Para refrescar sua memória, lembramos que em 12 anos de governo tucano no Estado de São Paulo, Mário Covas e Geraldo Alckmin, antecessores de Serra, se livraram de grupos estratégicos como Comgás, Eletropaulo e Banespa, responsáveis por incentivar o desenvolvimento social.


 


Um exemplo do tamanho do prejuízo para a população: quem empresta dinheiro para o pequeno agricultor ou financia a compra de casas pelo público de baixa renda são os bancos públicos, como a Nossa Caixa, com juros menores e o compromisso de aumentar o número de pessoas com moradia.


 


Sem o controle social que as empresas públicas permitem, veremos o aumento do custo dos serviços e queda da qualidade, além de prejuízos como a tragédia da Linha 4-Amarela do Metrô, recente exemplo da falta de compromisso do poder público paulista com o cidadão.


 


Precisamos de sua ajuda para impedir a privatização. Defenda nosso Estado, participe da mobilização. As companhias são da população e não podemos permitir que Serra e seus aliados as vendam para fazer caixa!


 



Vende-se



Grupo 1: Cesp (energia elétrica), Sabesp (saneamento básico –  abastecimento de água), Nossa Caixa (crédito imobiliário – crédito rural – acesso ao sistema financeiro);


 


Grupo 2: Metrô (transporte), CDHU (habitação), CPTM (transporte – trem), Dersa (construção, fiscalização e administração de estradas), Emae (energia), Cosesp (seguros);


 


Grupo 3: CPP (educação), Cetesb (saneamento ambiental), Prodesp (processamento de dados do Estado), Imprensa Oficial, EMTU (transporte – ônibus), CPOS (obras públicas), IPT (pesquisa tecnológica), Codasp (desenvolvimento agrário), Emplasa (planejamento urbano).
 



Fonte: Sindicato dos Bancários