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Pela presidência do Senado, parlamentares se unem contra Renan

O movimento anti-Renan na presidência no Senado já conta com o apoio de senadores de muitos partidos. Além das bancadas do DEM e do PSDB, o movimento já conta com o apoio de governistas como Aloízio Mercadante (PT-SP); do PDT, como Cristovam Buarque (DF)

O senador Renan Calheiros está presidindo a sessão, enquanto as bancadas do PSDB e do DEM anunciam que vão entrar com mais uma representação contra ele, desta vez para investigar possíveis ações de espionagem realizadas em Goiânia contra os senadores Marconi Perillo (PSDB) e Demóstenes Torres (DEM).


 


O senador Mercadante justificou ontem a adesão do PT – partido líder da coalizão governista – ao movimento de oposição a um aliado do Planalto. ''O afastamento do senador Renan da presidência é fundamental para que a gente tenha um ambiente de diálogo e o Senado possa cumprir sue papel institucional'', disse Mercadante. ''É uma questão de defesa do Senado e tenho certeza que os senadores do PT apoiarão essa iniciativa'', complementou, afirmando não estar sozinho, dentro da bancada, contra Renan.



 
Os senadores ligados ao movimento devem se reunir nesta semana para traçar uma estratégia de ação em prol do resgate, segundo eles, da ética do Senado. ''São senadores de diferentes partidos reunidos por um mesmo objetivo, o resgate da dignidade da Casa'', afirmou o líder do DEM José Agripino. Para ele, com Renan na presidência, não há como resgatar a ética da instituição.


 


Outra justificativa dos senadores para o crescimento do sentimento anti-Renan na presidência foi o afastamento dos peemedebistas Pedro Simon (RS) e Jarbas Vasconcellos (PE) das vagas que ocupavam na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ). A decisão do líder Valdir Raupp (PMDB-RO) provocou reações em série nas principais seções regionais do partido.


 


No final de semana, mais uma reportagem da revista Veja insinuou que os senadores Demóstenes Torres e Marconi Perillo (PSDB-GO) seriam alvos de arapongas supostamente contratados por Renan Calheiros, com o objetivo de espioná-los e tentar fabricar dossiês contra eles. Renan também teria encomendado investigações em torno dos negócios privados do deputado Felipe Maia (DEM-RN), filho do senador Agripino Maia.



 
Também hoje os senadores Jarbas Vasconcelos e Pedro Simon, reúnem-se, no início da tarde, para traçar uma linha de ação conjunta depois de terem sido expulsos da CCJ. Se Valdir Raupp não recuar e devolver as vagas a Jarbas e Simon, o PSDB pretende ceder duas de seus vagas na comissão para garantir a atuação dos dois peemedebistas.



 
Ainda hoje, espera-se do presidente do Conselho de Ética, Leomar Quintanilha (PMDB-TO), a divulgação do nome do relator da terceira representação contra Renan Calheiros. Trata-se do processo em que o usineiro João Lyra acusa Renan de ser o controlador, por meio de laranjas, de duas rádios e um jornal em Alagoas. Este processo é considerado o mais complexo e com maiores chances de levar à condenação do presidente do Senado.


 


De Brasília
Alberto Marques
Com Agência Estado