Sem categoria

Para Banco Mundial, países pobres evitarão recessão em 2008

A recessão não deverá ocorrer. Esta é a convicção que foi manifestada pelo Banco Mundial em seu relatório sobre as perspectivas econômicas mundiais para 2008, publicado na quarta-feira, 9 de janeiro. Este relatório confirma o prosseguimento de um “ligeiro

A causa da diminuição do ritmo é evidentemente a crise dos créditos hipotecários de risco (“subprimes”) nos Estados Unidos, que conduziu ao estouro da bolha imobiliária americana. Este processo impôs um severo desaquecimento da atividade econômica do país.



Os autores alertam para o fato de que redução do ritmo da atividade poderia agravar-se mais ainda se uma recessão começar a ser registrada nos Estados Unidos, se o dólar prosseguir a sua queda acelerada ou se a volatilidade crescente dos mercados financeiros provocar um surto de pânico generalizado.



Contudo, este não é o cenário catastrófico que eles privilegiam. “A previsão que apresenta as maiores chances de se realizar é a de crescimento muito acentuado e relativamente autônomo dos países em desenvolvimento que irá sustentar o crescimento mundial”, comenta Uri Dadush, o diretor do Grupo de Estudos sobre as Perspectivas de Desenvolvimento e do Departamento do Comércio Internacional do Banco Mundial.



Dinamismo



Isso porque o crescimento do produto interno bruto (PIB) real dos países pouco ou não industrializados deverá aumentar, passando em 2008 para 7,1%. Com isso, este dinamismo, mesmo que atenuado, compensará os medíocres 2,2% dos países com renda elevada. “Tudo indica que a recessão deverá ser evitada”, conclui Dadush.



As economias mais vigorosas serão as da Ásia, o que não é nenhuma surpresa. Nesta região do mundo, a China e a Índia garantirão um ritmo que deverá diminuir muito pouco, de 10% em 2007 para 9,7% em 2008.



A boa surpresa deverá vir de duas outras regiões que acelerarão o seu desenvolvimento este ano. O nível elevado dos preços dos hidrocarbonetos, mas também a diversificação das exportações de países desprovidos de petróleo como a Jordânia, o Marrocos e a Tunísia, deverão fazer com que o Oriente Médio e o norte da África consigam dinamizar o seu crescimento, passando de 4,9% em 2007 para 5,4%.



Diminuição da pobreza



Após ter se notabilizado por ser uma das regiões “esquecidas” pela globalização, a África subsaariana deverá passar de um crescimento de 6,1% em 2007 para 6,4%. Aqui, mais uma vez, o petróleo desponta como a causa do vigor econômico da Nigéria ou de Angola, mas o bom desempenho das cotações das matérias-primas, uma incontestável melhora da governança e a redução do número dos conflitos deverão valer a quase todos os países do continente uma recuperação continuada.



A pobreza nesta região não estará reduzida pela metade em 2015 como previu os Objetivos do Milênio, mas a renda per capita deverá progredir no ritmo de 3% a 4%.



O relatório sublinha o quanto as novas tecnologias contribuíram para reduzir de 29% em 1990 para 18% no início dos anos 2000 a proporção das pessoas que vivem com menos de 1 dólar por dia no mundo.



Os avanços tecnológicos foram entre 40% e 60% mais rápidos nos países em desenvolvimento do que nos países mais ricos. Entretanto, o atraso dos países pobres até hoje continua enorme. Diante disso, o Banco Mundial defende a tese segundo a qual os países em desenvolvimento deveriam facilitar a difusão interna dessas tecnologias por meio de um aprimoramento do seu nível escolar e recorrendo de forma mais sistemática à experiência tecnológica dos seus cidadãos que vivem no exterior.



Fonte: Le Monde