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PMs são acusados de saque em caminhão de cerveja

Quatro policiais militares do Terceiro BPM Méier estão sendo investigados pela Primeira Delegacia de Polícia Judiciária Militar (DPJM) por suposto saque a caminhão da Brahma no Lins de Vasconcelos, no dia 18. Na noite do dia 22, dois foram convocados

A dupla foi presa administrativamente por 72 horas. Até o fim da noite, outros dois militares estavam sendo aguardados para prestar depoimento e ficariam detidos. Por determinação do comandante-geral da corporação, coronel Ubiratan Angelo, a averiguação sumária será concluída ainda hoje.



De acordo com a PM, o caminhão JOR 3284, placa da Bahia, foi roubado por bandidos do Morro do Amor. A PM foi acionada, houve troca de tiros e os criminosos fugiram. O veículo foi deixado na Rua Baronesa de Uruguaiana. O momento em que os PMs retiravam caixas de cerveja e refrigerantes do caminhão foi flagrado pelas lentes de um fotógrafo amador. Moradores também teriam saqueado parte da carga.



Ação legítima



De acordo com o chefe do setor de Relações-Públicas da PM, tenente-coronel Rogério Seabra, o comandante do 3º BPM, coronel Marcos Alexandre, informou que os policiais foram acionados para o local de uma ocorrência de saque de carga e, portanto, estavam em ação legítima. “O fato de chegar ao conhecimento do comandante que a equipe manuseava uma carga móvel aponta falha administrativa. Porém, é preciso detalhar o que houve. Se confirmada qualquer suspeita, o caso pode ser transformado em crime militar”, explicou Seabra.



O comandante do 3º BPM informou que vai à Delegacia de Roubos e Furtos de Cargas, onde o roubo do caminhão por bandidos foi registrado. “Quero saber se toda a carga foi recuperada ou não. A partir disso vou poder concluir algo”, afirmou Marcos Alexandre.



O tenente Melquisedec Nascimento, presidente da Associação dos Militares Auxiliares e Especialistas, lamentou o episódio e disse que é “mais um sinal” de que a política salarial da PM, nos últimos anos, vem sendo ineficaz. “É triste que a polícia passe por algo assim, acho que tudo tem de ser apurado. Mas se for provado tudo isso, é mais um sinal da penúria dos policiais, que não conseguem sequer evitar o envolvimento em roubo. Roubo é roubo, independentemente do que seja, do valor que for”, analisou Melquisedec.



Outro caso de marca da impunidade



No início de novembro do ano passado, reportagem de O DIA revelou esquema de propinas organizado por policiais militares do 9º BPM (Rocha Miranda) na Avenida Ministro Edgar Romero, em Madureira. Os policiais arrecadavam R$ 2 de cada van ou Kombi que circulasse pelo local a partir das 23h.



Um sargento e um soldado denunciados pela matéria chegaram a ser presos em flagrante pela 1ª DPJM. Pouco mais de um mês depois, no dia 18 de dezembro, os dois policiais acusados já estavam soltos e trabalhando.



O processo, que gerou a denúncia do Ministério Público, também incluía outros dois soldados, que ainda respondem a Inquérito Policial Militar. Ao longo de quatro semanas, a equipe de O DIA percorreu os trajetos de vans com câmeras escondidas, que registraram o procedimento irregular.



Fonte: jornal O Dia.