Câmara de Vereadores de Salvador homenageia as mulheres

A Câmara de Vereadores de Salvador realizou uma Sessão Especial na tarde desta terça-feira (11/03) para celebrar o Dia Internacional da Mulher, 8 de Março. O plenário lotado assistiu a homenagem às mulheres que se destacaram em suas áreas de atuação e a e

De um jeito bem baiano, a Sessão começou com a apresentação do músico Roberto Lima, que reverenciou as mulheres com canções que exaltavam sua força e disposição de lutar por seus ideais. Destaque para uma homenagem à irmã Dulce,lembrada pelo cantor como uma guerreira. Para finalizar o concerto, um apelo pelo fim da violência doméstica em forma de canção.



As homenagens se seguiram com a intervenção da vereadora Olívia Santana (PCdoB), que falou da importância do reconhecimento do trabalho de mulheres que fizeram diferença, apesar de toda a discriminação que existe. “Precisamos lutar pela valorização das mulheres também nos espaços de poder. Hoje somos apenas seis vereadoras na Câmara de Salvador, vamos lutar para que ano que vem sejamos bem mais. Queremos igualdade, pois já mostramos que não temos vocação para a submissão e sim para sermos felizes”, ressaltou. A pré-candidatura de Olívia Santa à prefeita foi apontada pela presidente da Comissão de Defesa da Mulher, Eron Vasconcelos, como uma vitória para as mulheres de Salvador. “Independente de divergências ideológicas, é uma honra ter uma mulher disputando a Prefeitura”, disse Eron.



A importância da participação feminina na sociedade também foi ressaltada pela vereadora Vânia Galvão (PT) e pelo presidente da Câmara Municipal Valdenor Cardoso (PTC). Em seu discurso, Aladilce Souza (PCdoB) lembrou de quando trabalhava nos hospitais da cidade, na década de 80 do século passado, e atendia mulheres espancadas pelos maridos. “A impunidade e o grande número de casos fizeram com que eu buscasse cada vez mais lutar contra aquilo. Hoje temos leis mais severas, mas ainda precisamos brigar para que elas saiam do papel e sejam de fato efetivadas. Brigamos pela criação da varas especializadas em violência doméstica. Agora que elas foram aprovadas, vamos cobrar a  implementação das mesmas”, conclui Aladilce Souza.



Comendas, placas e flores



A cerimônia prosseguiu com a entrega de placas e flores a mulheres que se destacaram em seus ramos de atividades. As homenageadas foram: a  promotora de Justiça Márcia Virgens; a promotora do Ministério Público da Bahia Rita Tourinho; a delegada titular da Delegacia Especial da Mulher, Isabel Alice; a superintendente de Políticas para as Mulheres de Salvador, Maria Helena de Souza; a ex-secretária municipal de Habitação Ângela Gordilho; a diretora da Rádio Sociedade da Bahia, Bernadete dos Santos; a mãe de Santo Eranita Soledade; a procuradora do Estado Josefina Ruas; a funcionária da Câmara Amélia Teixeira; além da presidente do Coletivo de Mulheres do Calafate, Marta Leiros.



A maior homenagem coube à presidente do Tribunal de Justiça da Bahia, desembargadora Silvia Zarif, que recebeu a Comenda Maria Quitéria, a honraria de maior prestígio de Salvador e que leva o nome da heroína da independência baiana que se alistou nas tropas revolucionárias para expulsar o exército português em 1823. O Poder Judiciário é o mais impermeável às mulheres de acordo com o relatório do governo brasileiro na ONU em 2008. Zarif recebeu a comenda por se tornar a primeira mulher a presidir o Tribunal de Justiça do Estado da Bahia, em seus 400 anos de existência. Antes dela a baiana Eliana Calmon foi a primeira brasileira a ingressar num Tribunal Superior no país, ao assumir como ministra do Superior Tribunal de Justiça, em 1999.


 


A desembargadora agradeceu a honraria relembrando a história de Maria Quitéria e as barreiras que ela teve que enfrentar para conseguir seus objetivos. Em uma comparação com sua própria realidade, Zarif reconheceu que “em um país onde poucas mulheres ocupam espaços de poder,  chegar ao cargo que hoje ocupo foi uma grande vitória. Não apenas uma vitória pessoal, mas o resultado da luta de todas aquelas que me precederam na defesa dos direitos femininos. Mulheres como Maria Quitéria, que mostraram que eram capazes”, declarou.


 


De Salvador,
Eliane Costa