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No Brasil, Lugo propõe “amplo diálogo” a respeito de Itaipu

O candidato à Presidência do Paraguai Fernando Lugo disse que existe “a possibilidade de formar uma mesa ampla de diálogo” para discutir o contrato de Itaipu Binacional. A afirmação foi feita nesta quarta-feira (2) logo depois de uma reunião com o preside

Uma possível renegociação dos valores pagos pelo Brasil ao Paraguai pela energia gerada na usina binacional de Itaipu – ponto defendido pelo candidato paraguaio na campanha – foi um dos assuntos tratados durante a reunião.



Lugo afirmou que seria um diálogo “sério, racional e respeitoso”. “Se pode haver diferenças nos nossos pontos de vista, a melhor ferramenta é nos encontrar, cooperar e buscar soluções, formando esta mesa ampla de diálogo em busca de uma solução”.



Ele afirmou ainda que a análise do contrato não ficaria a cargo de políticos. “Deixaremos que os técnicos discutam tecnicamente a situação”. Lugo disse ainda que não pretende, caso seja eleito, levar a questão a instâncias internacionais.



Posição de Lula



De acordo com o Palácio do Planalto, o presidente Lula enfatizou na reunião o compromisso político brasileiro pelo desenvolvimento do Paraguai que passa por superar problemas e barreiras técnicas e burocráticas no que diz respeito a Itaipu. O presidente destacou ainda o interesse em fomentar a industrialização do país vizinho.



Sobre o projeto discutido entre o presidente Lula e o presidente de Itaipu Binacional, de construir uma linha de transmissão de energia para o Paraguai, Fernando Lugo afirmou que não é uma consolação, mas uma forma de cooperar com a industrialização do Paraguai.



Durante a reunião, o candidato paraguaio reafirmou que o Brasil não pode se desenvolver em cima da pobreza dos países vizinhos. Além de Itaipu, também foram discutidos na reunião a situação de Cidade do Leste e dos chamados “brasiguaios”. “O gesto de nos receber, de mostrar uma vontade, um desejo de aprofundar a cooperação com o país, não um apoio pessoal, mas de Estado a Estado, é muito positivo”, concluiu.



Garcia endurece



Participaram da reunião representantes da Aliança Patriótica para a Mudança (APC, na sigla em espanhol), da qual Lugo faz parte, o ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, e o assessor especial da Presidência, Marco Aurélio Garcia, que após a reunião não se mostrou tão afeito a rever o contrato sobre Itaipu.



“Esse tema não está em discussão. Temos argumentos não só de natureza jurídica, mas de natureza técnica também. O Brasil já fez concessões importantes no sentido de eliminar uma série de fatores que poderiam criar alguma assimetria nas relações”, afirmou, para em seguida destacar a boa relação entre os dois países. “Se ele for eleito presidente, vamos ter uma relação normal com ele, como teremos relação normal com qualquer outro presidente. Não acredito que nenhum presidente do Paraguai queira ter uma relação de hostilidade com o Brasil, muito pelo contrário”, disse.



Da redação, com informações da Agência Brasil