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Espaço inédito do Fisl soma tecnologia, juventude e política

Neste sábado (19), último dia do 9º Fórum Internacional de Software Livre (Fisl), que acontece desde o dia 17 no prédio da PUC, em Porto Alegre, realizou-se a Conferência Livre de Juventude e Software Livre. Cerca de 100 pessoas participaram do debate

 Para Sady Jacques, coordenador da Associação Software Livre.org, entidade organizadora do Fisl, a principal preocupação do governo deve ser levar tecnologia livre aos jovens.


 


“O jovem precisa se apropiar das questões de software livre (SL) e das novas tecnologias. É preciso que o governo possibilite o empoderamento dos jovens dessas tecnologias. Precisamos parar de executar políticas públicas de cima para baixo”, argumenta.


 


Na avaliação de Fabricio Solgna, membro da ASL e do Conselho Nacional de Juventude, a conferência livre no Fisl possibilitou um encontro importante, e até então ausente, entre o debate de tecnologias livres e políticas públicas para a juventude.   


 
 
“A conferência foi um espaço inédito no Fisl. Essa experiência foi interessante para sabermos como a comunidade de SL se preocupa com as questões de políticas públicas. Participaram do debate educadores, gestores de políticas de tecnologias da informação e diversas pessoas que estão na ponta do processo. Foi um momento rico que revelou o quanto o Fisl e a comunidade de software livre podem contribuir e intervir como atores na construção e implementação de PPJs em tecnologias da informação”, comemora.


 


Liberdade


 


Para o professor Sérgio Amadeu, sociólogo e doutor em ciência política pela USP, o direito de compartilhar informações deve ser uma política pública de juventude do governo federal. Ele citou que 18 mil jovens estão presos nos EUA por baixarem músicas em mp3 pela internet.


 


“Não vamos permitir que se implemente a imoralidade da hipercapitalização e do bloqueio ao conhecimento”, disse Amadeu, ao criticar o monopólio exercido por grandes cooporações através da lei de patentes.


 


Ele também criticou o projeto de lei (substitutivo ao PLS 76/2000, PLS 137/2000 e PLC 98/2003) , de autoria do senador Eduardo Azeredo (PSDB-MG), que obriga a identificação dos usuários da internet e altera a lei Penal e Militar, obrigando que os provedores de acesso à internet mantenham o registro de todas as conexões realizadas por, pelo menos, três anos.


 


“Por que agora não podemos mais ter o direito ao anonimato no cyber espaço?”, questionou Amadeu.


 


Fabiane Dutra, representante da secretaria nacional de juventude do governo federal, escutou atenta todas as propostas apresentadas na conferência e comprometeu-se em levá-las para a a apreciação da Conferência Nacional, onde serão apontadas quais são as prioridades de ações e programas a serem desenvolvidos pelo poder público.


 


Por Carla Santos,
De Porto Alegre (RS)