Acordo entre DEM e PMDB enterra apoio de Alckmin, diz tucano
A aliança do prefeito Gilberto Kassab (DEM) com o ex-governador Orestes Quércia (PMDB) elimina a possibilidade de acordo com o PSDB nas próximas eleições municipais, na opinião do deputado federal tucano Silvio Torres (SP). Quércia fechou acordo co
Publicado 23/04/2008 21:03
''Se esse acordo se confirmar, ficaria a cargo do PMDB indicar o vice de Kassab. E não sobra espaço para o PSDB'', diz Torres.
Kassab confirmou, nesta quarta-feira (23), que fechou acordo com o PMDB, mas disse que ainda quer manter a aliança com o PSDB e que apoiará o ex-governador Geraldo Alckmin se ele for indicado pelos três partidos como candidato à prefeitura de São Paulo.
Para Torres, a confirmação da aliança DEM-PMDB no primeiro turno deixaria o PSDB livre para buscar parcerias com outras legendas.
''Já estamos conversando com outros partidos'', afirmou. ''Alckmin é um candidato forte nas pesquisas e popularmente forte, por isso buscamos alianças fortes para ele'', acrescentou.
O deputado afirmou, ainda, que a candidatura de Alckmin deve ser anunciada na próxima reunião do Diretório Municipal. ''A orientação da Executiva Nacional é para que as candidaturas sejam anunciadas o quanto antes, para que seja possível articular alianças e iniciar as campanhas o quanto antes'', disse.
Nos bastidores, comenta-se que o governador José Serra (PSDB) está por trás do acordo Quércia-Kassab. Com isso, pretende atingir dois objetivos: evitar uma eventual candidatura de Geraldo Alckmin a prefeito e assegurar o apoio de Quércia à sua candidatura à sucessão de Lula em 2010. Alckmin, prefeito, fortalece as chances do governador Aécio Neves de disputar com Serra a indicação do PSDB para candidato a presidente.
Alckmin corre atrás do apoio do PSB de Ciro Gomes, que detesta Serra. São desafetos. Mas o PSB deverá apoiar a candidatura a prefeito de Aldo Rebelo (PCdoB).
PT: aliança DEM-PMDB é um erro
O presidente municipal do PT em São Paulo, vereador José Américo, disse nesta quarta-feira que o apoio do PMDB à pré-candidatura à reeleição do prefeito Gilberto Kassab é um erro. Segundo o petista, a direção estadual do PT ainda continua conversando com Quércia.
''O lugar do PMDB é conosco, porque sua posição política nacional é de aliado do governo Lula [presidente Luiz Inácio Lula da Silva, do PT]. Seria um grande erro o PMDB não ficar conosco'', afirmou Américo.
O vereador disse que o PT vai respeitar a decisão do PMDB, pois acredita que o partido tem autonomia para decidir o que achar melhor. ''Mas queria lembrar que a candidatura do PT é a materialização do governo Lula em São Paulo contra a oposição, que é justamente o DEM e o PSDB'', disse.
Com o acordo com o PMDB, Kassab terá cerca de 7min30s no horário gratuito, mais que PT e PSDB. O acordo inclui o apoio do DEM à candidatura de Quércia ao Senado na eleição de 2010.
Américo disse que a proposta já apresentada a Quércia está mantida: o PMDB fica com a vaga de vice e tem o apoio do PT para a segunda vaga para o Senado em 2010. A primeira vaga é do senador Aloizio Mercadante (PT-SP), que disputará a reeleição.
Da redação,
com agências