Artigo: A política de faz de conta no país de Mossoró

A política partidária de Mossoró é um verdadeiro faz de conta. Faz de conta que existe parente contra parente, faz de conta que existem defensores da ética, moral e do erário público, faz de conta que se pode ter uma base unida do Presidente Lula, faz de

Deixando o faz de conta de lado, gostaria de ser onipresente e estar em todos os lares dessa cidade para poder perguntar a cada pai de família o que ele acha da política atualmente praticada em Mossoró. Creio que a resposta seria mais ou menos assim: “parece estória de faz de conta como aquelas que as professinhas lá da creche contam para os meus meninos”.



Para corroborar com esse simples pensamento basta analisarmos os últimos acontecimentos políticos na cidade, dentre eles gostaria de citar o Reage Mossoró do qual fui participante. Esse movimento foi articulado por inúmeros seguimentos sociais, sindicatos, entidades de classe e partidos políticos que se uniram em favor da moralidade e da transparência nas instituições públicas. Vários desses seguimentos estiveram nas ruas, notas de repúdio foram apresentadas à imprensa, reuniões foram articuladas com a promotoria pública entre outras atividades. Mas, parece que tudo foi de faz de conta, pois alguns meses depois do Reage Mossoró parte do grupo signatário, seguindo as melhores cartilhas da reengenharia, desfaz em ações o que pregou no discurso.



Não sou contra ninguém e espero que ninguém seja contra mim, mas não posso simplesmente “ficar sentado no trono com a boca escancarada esperando a morte chegar”, como diria o eterno Raul Seixas, sem instigar a sociedade mossoroense a pensar e avaliar a política local. Já ouvi muitas pessoas falarem que não estão nem aí para política, mas devemos nos lembrar que ela está aí para nós e que os governantes eleitos por outras pessoas, também, nos governam. Dessa forma temos o dever de analisar o cenário político e opinarmos para que se acabe a política do faz de conta.



Alguns setores da imprensa dizem que não existe oposição na cidade, mas existe sim e essa oposição somos nós, que no dia 05 de outubro podemos dizer não à política do faz de conta e mudar o destino político dessa cidade que virou um feudo da família Rosado. Ainda tenho convicção e total certeza que também existe oposição organizada de cunho partidário que pode, a qualquer momento, representar os anseios da população, mas para isso precisamos acreditar nela e darmos vários votos de confiança, esperando que ela faça uma política de verdade verdadeira e não de faz de conta como as das criancinhas.



Gutemberg Henrique Dias
Geógrafo e dirigente municipal do PCdoB.