A empáfia da administração intocável

Incompreensivelmente todas as vezes que se apresenta uma idéia para  quaisquer problema da cidade ou simplesmente uma critica construtiva a determinada intervenção pública, a resposta é desproporcional, distorcida, equivocada, fruto de uma má  interpretação de intenção por parte do Palácio da Cidade. Podemos estar em véspera de eleição ou longe dela, o sentido de auto suficiência da gestão municipal não tolera críticas e nem acata  sugestões, hoje estamos falando de trânsito, de urgência na resolução de um problema de trânsito, ontem falamos de meio ambiente, da omissão diante do cumprimento de nossa legislação urbana que, diga-se de passagem , é muito boa mas que fica só no papel, as vezes questionamos reformas desnecessárias em detrimento da necessidade preeminente por exemplo de um sistema de escoamento , não  pode chover que nossas ruas ficam alagadas.

No Mocambinho, na Vila da Paz, no São Pedro ainda convivemos com  galerias a céu aberto, algumas ruas estão calçadas e outras asfaltadas só no papel, persistimos impondo `a população o castigo e o prejuízo de terem as vezes que tomar duas, três conduções para chegar ao trabalho, enquanto as linhas de ônibus  não são interligadas e  a resolução de um plano diretor de transporte caduca no esquecimento e na promessa vazia, como da mesma forma  são  tratadas a guarda municipal prometida e avalizada pelo  atual prefeito. Têm-se muito dinheiro em caixa, mas as obras demoram e quando acontecem são  mal planejadas e as vezes até mal feitas…como é o caso do balneário Curva São Paulo totalmente destruído pela enchente do rio Poti. (alguém nunca previu que o rio poderia encher e  causar danos?) .

A proposta para o trânsito, sobretudo para o injustificável engarrafamento da Frei Serafim , pode muito bem  nascer  de atitudes  engajadas vindas de onde vierem. O projeto já existe no Dnit (vamos considerar que a via é federal) muitos técnicos discutem a revelia da prefeitura uma solução para tal, sou testemunha que o deputado Osmar Júnior fala desse assunto comigo e com outras pessoas desde o inicio do meu mandato, lembro-me  bem que a solução proposta por Osmar Junior  coincide com a do senador Alberto Silva que se não me engano um dia no vôo de Brasília à Teresina me explicava essa mesma idéia. Esse assunto e outros ordenamentos urbanísticos para cidade que cresceu sem o devido acompanhamento de sua infra-estrutura básica acaba de ser tema de um seminário proposto pelo PCdoB que reuniu técnicos da área  além de líderes comunitários e contou com a presença do senador Inácio Arruda, especialista no assunto.

Quando acho que o papel da cidadania se impõe pela criação ou surgimento de uma nova mentalidade, o medo, a desconfiança a pequenez do debate unilateral, a aura de auto suficiência, e a mediocridade do julgamento danoso e precipitado põem tudo a perder e quem perde? Além da democracia, a cidade que não pode passar a vida inteira remoendo o mito de  que é  muitíssimo bem administrada. Maturidade é reconhecer deficiências, aceitar críticas, estimular o debate e acatar sugestões. Como estive sempre convencido de que o modelo administrativo implantado na prefeitura, sobretudo o gerenciamento das SDUs tem um intuito prático intensamente eleitoral, concluo que o bom julgador julga mesmo por si próprio.

Por João Cláudio Moreno
Vereador de Teresina pelo PCdoB