15 mil pessoas são dadas como mortas em Mianmar

“Um sistema de alarme antecipado é muito importante, pois um ciclone pode ser previsto com 48 horas de antecedência. Em Mianmar, as autoridades não tinham estabelecido um sistema deste tipo, que salvaria milhares de vidas”, disse hoje Brigitte Leoni, porta-voz do escritório das Nações Unidas para a Estratégia Internacional de Redução de Desastres (ISDR).

A porta-voz disse ainda que as autoridades birmanesas tinham em seu poder as informações oferecidas pelos satélites meteorológicos que advertiam sobre a chegada do tufão.

“Isso significa que, por não ter um sistema de comunicação e de alerta rápido, a população não foi avisada do que ocorreria e, por isso, não deixou a região”, disse ela.

Na segunda-feira, o governo de Mianmar confirmou que já passa de 15 mil o número de mortos pelo ciclone. Ao menos 10 mil pessoas foram mortas somente na cidade de Bogalay.

De acordo com a televisão de Mianmar, o número confirmado de mortos até a noite de segunda-feira era de 3.934 mortos, 41 feridos e 2.879 desaparecidos, nas divisões de Yangon e Irrawady. O governo birmanês declarou Irrawaddy e outras três regiões, incluindo a cidade de Yangoon, a principal do país, áreas de desastre.

Ainda segundo relatos, mais de 20 mil casas foram destruídas ou danificadas. Entre os mais de 350 mortos, pelo menos 109 são da ilha de Haing-gyi, situada na costa sudoeste do país, informaram as autoridades.

Um morador de Yangoon disse que a cidade está sem eletricidade e que o fornecimento de água foi fortemente prejudicado. Linhas telefônicas e conexões com a internet foram cortadas, o que torna difícil o acesso a informações.

Estradas estão bloqueadas e soldados e policiais foram enviados para as regiões mais afetadas para atuar nas operações de resgate.

Na cidade de Labutta, em Irrawaddy, 75% dos prédios desabaram e 20% tiveram os telhados arrancados, disse a TV local.

Depois de varrer Mianmar, o ciclone Nargis chegou à Tailândia, onde perdeu força.