Putin assegura que o Irã não produz armas nucleares
O primeiro-ministro russo Vladimir Putin descartou que o Irã esteja tentando produzir a arma nuclear e assegurou que o país não cometeu “transgressão alguma até o momento” no plano jurídico.
Publicado 31/05/2008 13:57
“Não acredito. Nada indica isso”, disse Putin, em entrevista publicada pelo jornal Le Monde neste sábado (31).
“Os iranianos são um povo orgulhoso. Querem ter sua independência e fazer valer seu direito à energia nuclear com fins civis. Digo isso formalmente: no âmbito jurídico, o Irã não cometeu transgressão alguma até o momento. Inclusive tem o direito de enriquecer (urânio)”, afirmou.
“O Irã é criticado por não ter apresentado todos os seus programas à AIEA (Agência Internacional de Energia Atômica). Esse ponto precisa ser resolvido”, afirmou.
Acusações prosseguem
Os Estados Unidos e outras potências ocidentais acusam a República Islâmica de desenvolver seu programa militar atômico sob o pretexto de produzir energia nuclear com fins civis. A AIEA, como porta-voz da ONU, apresentou recentemente um relatório de teor semelhante. O Irã desmente formalmente essas acusações.
Putin reafirmou que a Rússia se opõe à obtenção da arma atômica por parte do Irã. “Essa é nossa posição de princípio. Usar a arma nuclear em uma região tão pequena como o Oriente Médio seria sinônimo de suicídio. A que interesses serviria (o uso da arma atômica)? Aos (interesses) da Palestina? Os palestinos (nesse caso) deixariam de existir”, afirmou Putin.
O primeiro-ministro, que na quinta e na sexta-feira realizou uma visita à França, revelou que em seus contatos com dirigentes iranianos se empenhou em lembrá-los que o Oriente Médio “não é uma zona ascética, e sim explosiva”.
“Pedimos que levem isso em conta, que não irritem seus vizinhos nem a comunidade internacional, que mostrem que não têm segundas intenções”, acrescentou.
Teerã foi punido em três oportunidades por resoluções do Conselho de Segurança da ONU, que exige a suspensão das atividades de enriquecimento de urânio e uma cooperação plena com a AIEA.
Da redação, com informações da AFP