Jundiaí: pré-candidatura do PCdoB avança e une Bloco de Esquerda
A pré-candidatura a prefeito do engenheiro Pedro Bigardi coloca a cidade de Jundiaí (SP) no topo da lista de grandes cidades onde as chances de vitória dos comunistas são mais efetivas. Nesta semana, a pré-candidatura ganhou ainda mais força ao consegu
Publicado 05/06/2008 15:58
O Partido Comunista do Brasil (PCdoB) aprovou em 2007 um plano de metas eleitorais para 2008 no qual destaca a importância de lançar candidaturas competitivas em diversas capitais e em cidades com mais de 100 mil eleitores. O plano também estabelece que a aliança prioritária dos comunistas deve girar em torno dos partidos que integram o Bloco de Esquerda no Congresso Nacional, entre eles o PSB e o PDT.
Estas duas diretrizes –candidaturas competitivas e unidade do Bloco de Esquerda– estão sendo conduzidas com êxito na cidade de Jundiaí, município com cerca de 350 mil habitantes e 258 mil eleitores, localizada entre as regiões metropolitanas de São Paulo e Campinas.
A pré-candidatura a prefeito do engenheiro Pedro Bigardi coloca Jundiaí no topo da lista de grandes cidades onde as chances de vitória dos comunistas são mais efetivas. Com exceção de algumas capitais, a outra cidade metropolitana de grande porte onde o PCdoB tem chances reais de vitória é Olinda (PE), cidade que os comunistas administram desde 2001.
Apoio do Bloco
Na última terça-feira, o PSB oficializou o apoio à pré-candidatura de Pedro Bigardi. O partido liderado por Oswaldo José Fernandes indicou o empresário e ex-piloto de motocross Cristiano Lopes como pré-candidato a vice-prefeito. A aliança agrega ainda mais força política à candidatura de Bigardi que, em pesquisas internas, já vem se mostrando com ótimo desempenho para a disputa eleitoral.
''O Cristiano Lopes tem um dinamismo impressionante, capacidade para crescer na política, é um sangue novo para a política de Jundiaí'', destacou Bigardi.
A união foi declarada entre os líderes das duas siglas e mais os representantes do PDT local – legenda que também compõe a aliança. Pedetistas e socialistas são dissidentes da base aliada ao PSDB. Os ''reforços'' à oposição foram comemorados em evento na sede comunista. Militantes e pré-candidatos a vereador participaram da reunião.
Em coletiva de imprensa, Bigardi confirmou que as conversas com o PSB duraram meses. ''Já estivemos em campos diferentes, mas agora há um processo de amadurecimento, com condição de entrar forte na disputa'', avaliou. Segundo ele, a forte união do PCdoB e PDT, anunciada anteriormente, permitiu ''essa importante conquista''. ''O PDT sempre foi nosso parceiro de primeira hora, um partido aliado que veio somar forças. Não chegamos a essa união de repente, foi uma decisão muito segura, com muitas conversas tanto com as lideranças municipais como estaduais''.
''Minha ida para o PCdoB permitiu essa aproximação com os outros partidos e uma melhor avaliação de coligações, tenho certeza que acertamos ao fechar com o PDT e PSB'', completou.
Cristiano Lopes diz estar satisfeito com a união dos partidos e confiante para ''acabar com a mesmice que toma conta de Jundiaí, fazer um governo participativo, voltado à população''.
''Não queremos só ganhar eleição, mas sim transformar Jundiaí. Essa dupla (Bigardi e Cristiano) é a cara de Jundiaí'' emendou o presidente do PDT João Henrique do Santos.
Na opinião do presidente do PSB Oswaldo José Fernandes, a coligação irá construir um novo patamar político na cidade. ''Jundiaí precisa de uma gestão moderna, com participação popular e absoluta transparência''.
Acabar com o continuísmo tucano
Jundiaí é administrada pelo tucano Ary Fossen, que sucedeu o também tucano e ex-prefeito por dois mandatos Miguel Haddad, que será novamente candidato à prefeitura de Jundiaí pelo PSDB.
O presidente do PDT, João Henrique dos Santos, reforçou o coro contra os situacionistas. ''Há anos, eles governam entre amigos, onde não há espaço nem para o atual prefeito'', disse, em referência à escolha do Diretório do PSDB pela candidatura de Miguel, em detrimento a Ary Fossen.
Além de Pedro Bigardi e Miguel Haddad, são pré-candidatos à prefeitura de Jundiaí o vereador Gerson Sartori (PT) e Cláudio Miranda (PSOL).''
Bigardi filiou-se em 2007
Pedro Bigardi filiou-se ao PCdoB em meados de 2007. Engenheiro de formação e muito ligado a causas ambentais, ele disputou a eleição municipal nas três últimas eleições. Em 2004, ao disputar a prefeitura pelo PT, obteve uma expressiva votação, alcançando 42% dos votos válidos. Em 2006, também pelo PT, conquistou 51.741 votos e alcançou a terceira suplência na Assembléia Legislativa.
Ao optar pelo PCdoB, Bigardi afirmou que o fazia pela identidade política que sempre teve com os comunistas. Uma de suas primeiras tarefas como comunista foi estruturar o partido na cidade.
A tarefa foi conduzida com êxito e conquistou adesões importantes, especialmente entre os jovens. No último dia 21 de maio, a UJS realizou seu primeiro congresso municipal na cidade e em abril o PCdoB local realizou um curso de formação política, com dezenas de participantes de Jundiaí e cidades vizinhas.
Em todo o Estado de São Paulo, os comunistas devem disputar a prefeitura em 37 cidades, sendo nove delas em municípios com mais de 200 mil eleitores – destaque para Jundiaí e para a capital, com a candidatura de Aldo Rebelo.
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