Pérez Roque: “EUA não têm condição de nos ensinar nada”
O Ministério das Relações Exteriores de Cuba divulgou um comunicado neste domingo (8), por meio da imprensa do país, no qual rejeita, por meio do responsável pela Pasta, o ministro Felipe Pérez Roque, as “sugestões” do governo norte-americano para combate
Publicado 09/06/2008 15:21
“O governo dos Estados Unidos tem muito que aprender com Cuba e não tem condições para ensinar a ninguém”, diz o texto, que rebate as insinuações e recomenda que os EUA tenham mais atenção ao que acontece em seu território. “O governo dos Estados Unidos tem muita coisa a fazer em seu próprio país, para enfrentar fenômenos como a prostituição, a exploração sexual, o trabalho forçado e o tráfico de pessoas.”
Leia abaixo o texto:
O governo dos EUA tem muito que aprender com Cuba e não tem condição para ensinar a ninguém
Em 4 de junho passado, a secretária de Estado dos EUA, Condoleezza Rice, apresentou o relatório anual sobre Tráfico de Pessoas, no qual, pelo sexto ano consecutivo, o governo dos Estados Unidos incluiu Cuba na relação de países que acusa de não fazer esforços para enfrentar o suposto tráfico interno de crianças e mulheres para a exploração sexual, além de qualificar nosso país como “destino de turismo sexual, e de outras graves e infundadas acusações.”
Pela primeira vez, a potência imperial também decidiu incluir nesse relatório várias recomendações ao governo cubano sobre como enfrentar tal fenômeno.
Além do mais, o relatório ameaçou de sancionar os países acusados de descumprirem o requerimento da Secretaria de Estado na matéria, privando-os de receber assistência do governo dos Estados Unidos – assunto que para Cuba não tem menor importância, por estar submetida durante quase meio século a essa e a outras medidas que fazem parte do volumoso dossiê da política de bloqueio, aplicada com todo o rigor e crueldade para tentar curvar o povo cubano.
O Ministério das Relações Exteriores rejeita categoricamente o conteúdo deste novo relatório do Departamento de Estado, que ignora e deturpa a realidade cubana, em seu empenho de justificar a criminosa política de bloqueio, agressões e hostilidade do governo dos Estados Unidos contra Cuba.
O relatório pretende denegrir a obra social e moral da Revolução cubana, particularmente a prioridade dada ao atendimento às mulheres e às crianças, bem reconhecida em nível internacional. Também tem em vista desacreditar o são e crescente desenvolvimento de nossa indústria turística, à qual negam completamente o acesso ao mercado dos Estados Unidos e tencionam menoscabar de qualquer maneira.
O governo dos Estados Unidos, e particularmente a administração Bush, cuja política atenta permanentemente contra os direitos humanos do povo cubano, não tem nenhuma moral nem credibilidade para acusar Cuba e muito menos para fazer cínicas recomendações a respeito do que o nosso país deve fazer nesta matéria.
Cuba não reconhece valor algum do conteúdo do relatório do Departamento de Estado, ciente de que, somente graças à obra da Revolução – e apesar da política dos Estados Unidos – pôde elevar, desde 1959, até níveis impensáveis, o nível de bem-estar social de sua população.
A tentativa de macular a imagem de Cuba e de sua indústria turística – e de ignorar a firme política aplicada pelo governo cubano para impedir todo tipo de mazelas sociais nesse setor e sancionar severamente os responsáveis de condutas tão reprováveis – só pode ser explicado pela obsessão do governo dos Estados Unidos de ignorar e de tratar de frear tudo o que represente avanço para nosso país, sua economia e sua sociedade.
Foi precisamente a Revolução que eliminou para sempre as condições que propiciam o turismo sexual e outros males ligados a ele, que existiram em nosso país e foram exacerbados pela dominação neocolonial imposta a Cuba até 1959 pelo imperialismo ianque.
O governo dos Estados Unidos tem muita coisa a fazer em seu próprio país, para enfrentar fenômenos como a prostituição, a exploração sexual, o trabalho forçado e o tráfico de pessoas.
Os EUA estão a anos-luz de Cuba quanto às garantias que dá a seus cidadãos, sobretudo às crianças, às mulheres e aos idosos nos setores da saúde, da educação, da segurança e do bem-estar social.
O governo dos Estados Unidos tem muito que aprender com Cuba e não tem condições para ensinar a ninguém.
Havana, 8 de junho de 2008
Ministério das Relações Exteriores