Por apoio em SP, PT estuda ceder no Rio ao PCdoB
Depois que o PMDB anunciou a retirada do seu apoio à pré-candidatura do petista Alessandro Molon à prefeitura carioca, representantes nacionais do PT e do PCdoB começaram a discutir uma troca simétrica de renúncias e alianças em 2008 – PT-PCdoB na pref
Publicado 09/06/2008 18:01
Pelos entendimentos, que envolvem o presidente nacional do PT, Ricardo Berzoini (SP), e deputados comunistas, o PCdoB retiraria Aldo Rebelo (SP) para apoiar Marta Suplicy em São Paulo. Em troca, petistas desistiriam de Molon e se uniriam à comunista Jandira Feghali no Rio. O assunto deve ter um desfecho nos próximos dias: a Comissão Executiva Nacional do PT será informada hoje das conversas e dirá se devem prosseguir ou não.
Um primeiro contato aconteceu em Brasília. Sepultada a aliança PT-PMDB no Rio, na quinta-feira passada, membros da bancada do PCdoB e Berzoini encontraram-se para discutir um possível entendimento. O presidente nacional do PT, segundo interlocutores, mostrou-se receptivo, mas demonstrou que as conversas dependeriam da Executiva.
Berzoini já indicou, porém, que não pretende capitanear uma intervenção no Rio. Em 1998, a direção nacional interveio para retirar a candidatura de Vladimir Palmeira ao governo e apoiar Anthony Garotinho, então no PDT. A intervenção dividiu e traumatizou o partido e não resultou no apoio pedetista ao PT em 2000, diferentemente do acertado. E resultou na ascensão de Garotinho, hoje inimigo do PT.
“Na semana passada, em função desta questão do Rio (a retirada do apoio do PMDB a Molon), houve uma primeira conversa”, relatou o presidente nacional do PCdoB, Renato Rabelo, ao Estado. Ele ressaltou, contudo, que se tratou de um “reconhecimento mútuo” e lembrou que os dois lados têm dificuldades para se aliar e obstáculos a vencer. “Não podemos afastar a candidatura do Aldo sem conhecer a proposta do PT no Rio. E não é só o PCdoB, há também os aliados.”
Berzoini confirmou o contato. “O PT obviamente tomou conhecimento dessas articulações e vai debater as possibilidades em sua Executiva nacional”, declarou.
Fonte: O Estado de S. Paulo