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Câmara ignora campanha e mantém veto a entrevistas do 'CQC'

A campanha lançada pelo programa CQC (Custe o Que Custar), da Band, para que os repórteres do programa possam entrevistar parlamentares nas dependências do Congresso Nacional não sensibilizou os servidores da Câmara responsáveis pelo acesso do gr

A assessoria de imprensa da Câmara também alega que os integrantes do programa não cumpriram o compromisso firmado com Casa quando realizaram gravações com os parlamentares, há duas semanas, nas dependências internas do Legislativo. A Câmara afirma que, na ocasião, os integrantes do CQC foram alertados sobre a impossibilidade de realizarem perguntas aos deputados e senadores que depreciassem a imagem da instituição – mas insistiram em perguntas constrangedoras.


 


Outro argumento utilizado pela Casa é que a legislação brasileira impede a cessão de espaços públicos para a gravação de programas sem fins jornalísticos – embora permita exceções temporárias. A Câmara nega, porém, que haja um veto específico ao CQC – mas, sim, a regra de que programas humorísticos não podem usar o espaço do Congresso para realizar o seu trabalho.


 


No caso específico do CQC, a Câmara ainda argumenta que o grupo solicitou inicialmente o pedido de credenciamento como jornalistas da TV Bandeirantes. Ao constatar que os pedidos eram referentes ao programa, a Casa decidiu negar o pedido de credenciamento.


 


Campanha


 


A campanha foi lançada pelo CQC na TV, rádio e internet. O objetivo é reunir apoio de formadores de opinião, como artistas, escritores e jornalistas, para reunir assinaturas favoráveis ao retorno do programa ao Congresso. Serão veiculadas chamadas na rádio e na TV para que o Congresso permita a entrada da equipe do CQC.


 


No site do programa, o grupo argumenta que “o regime democrático prevê livre acesso aos políticos e parlamentares responsáveis por zelar por esse mesmo regime – direito que foi 'retirado' dos repórteres do CQC“. Os integrantes do programa afirmam que são jornalistas de formação e, por esse motivo, estariam autorizados a receber credenciais que autorizam a circulação do grupo no Congresso.


 


“A alegação de que os profissionais do CQC não seriam jornalistas, e que por isso não poderiam ter acesso à Câmara/Senado, não se sustenta. O CQC é um programa jornalístico e seus repórteres (também jornalistas) realizam perguntas e questionamentos inerentes a essa profissão. A pauta da atração é questionadora e pouco tradicional, mas respeita os limites éticos exigidos pelos padrões da imprensa nacional”, afirma o site.


 


Ao contrário dos humoristas, os jornalistas que apresentam documentação completa e comprovam vínculo com empresas jornalísticas são autorizados a receber credenciais da Câmara e do Senado – depois de terem os pedidos analisados pelas áreas responsáveis das Casas Legislativas.


 


Histórico


 


O ingresso de humoristas no Congresso Nacional é uma polêmica antiga no Legislativo. Humoristas de programas como Casseta e Planeta, da TV Globo, e Pânico na TV, da Rede TV!, também já foram impedidos de ingressar nas dependências do Congresso para a realização de entrevistas.


 


Em fevereiro do ano passado, os integrantes do Pânico foram barrados pelos seguranças do Congresso ao tentar entrar para cobrir a posse dos senadores e deputados recém-eleitos. Os atores estavam fantasiados de presidente Luiz Inácio Lula da Silva, do ex-governador Geraldo Alckmin (PSDB-SP) e do falecido deputado Enéas Carneiro.


 


O Casseta e Planeta, por sua vez, foi barrado na primeira tentativa de ingressar no Congresso. Mas, a exemplo do CQC, foi autorizado para realizar algumas gravações dentro da sede do Legislativo desde que não ofendessem os parlamentares – embora estivessem monitorados por seguranças.


 


Da Redação, com informações da Folha Online