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Manifestação em Seul reúne 1 milhão; gabinete pede demissão

O gabinete sul-coreano, com o primeiro-ministro Han Seung-soo à testa, demitiu-se nesta terça-feira (10), ao mesmo tempo que um milhão de pessoas saiam às ruas de Seul para se manifestarem contra a política governista.

A polícia ordenou a mobilização de 37 mil agentes em toda a Coréia do Sul, para fazer frente à maciça demonstração, convocada pelos sindicatos e à qual se uniram associações estudantis e outras entidades.



A renúncia coletiva teve como objetivo tratar de frenar o movimento contrário ao presidente Lee Myung-bak, que arrebentou por causa de uma decisão do político conservador de autorizar a importação de carne bovina dos Estados Unidos.



Segundo a agência Yonhap, ao citar fontes do gabinete presidencial, o mandatário vai trocar os titulares de, pelo menos, meia dezena de pastas ministeriais relacionadas com o acordo com Washington.



A entrada de carne bovina americana estava proibida desde 2003, por causa da doença da vaca louca, mas os Estados Unidos pressionaram pela reabertura do mercado sul-coreano a este produto, como condição para ratificar o tratado de livre comércio (TLC).



Os ministros que serviriam de bodes expiatórios seriam, entre outros, o chanceler Yu Myung-hwan, o ministro de Agricultura, Cheng Woon-chun, e o de Finanzas, Kang Man-soo.



Mas é improvável que a manobra possa deter os protestos, que depois de aumentar cada vez mais em extensão durante as últimas três semanas, reuniria na noite de hoje nas ruas de várias cidades do país milhares de opositores.


 


 


Nas últimas semanas, centenas de manifestantes foram detidos e aconteceram vários conflitos com a polícia anti-motim, sobretudo na capital, diante dos escritórios da presidência.



Agora o que se iniciou como uma preocupação contra os possíveis efeitos de um produto sobre a saúde, reuniu sob um mesmo lema os tradicionais inimigos do TLC com os EUA, a estudantes e a todos que têm algum tipo de queixa contra Lee Myung-bak.



A oposição política assinalou que o atual governo, que assumiu o poder há apenas 3 meses, mostrou sua insensibilidade, já que está mais interessado nos problemas das grandes empresas que pela saúde de sua população.



O atual presidente sul-coreano, que venceu as eleições de dezembro passado, tem agora um dos mais elevados índices de rejeição da história sul-coreana.