União Africana aponta progressos em paz e democracia
A África registrou nos últimos tempos “alguns avanços notáveis” na promoção da paz e da segurança, apesar da persistência de conflitos nacionais, afirmou nesta sexta-feira (27 presidente da União Africana (UA), Jean Ping.
Publicado 27/06/2008 16:42
“A solução de litígios de diversas origens em Burundi, Quênia, as Comores, Costa do Marfim, Somália e a República do Congo, são prova dos progressos no continente”, destacou Ping, ao inaugurar nesta cidade egípcia a parte ministerial da 11.ª cúpula da UA.
Ping reconheceu que persistem as tensões e a preocupação pela crise humanitária e militar na região sudanesa de Darfur, a ruptura de relações entre Sudão e Tchade, e as querelas entre Djibuti e Eritréia, e entre este último e a Etiópia.
“O maior desafio que o continente enfrenta é assegurar que as eleições presidenciais não desemboquem em problemas e/ou questionamentos violentos, muitas vezes sangrentos”, explicou Ping, sem fazer referência explícita a nenhum país.
No entanto, mencionou como elementos alentadores a evolução positiva da situação em Burundi, marcada pela recente assinatura por parte do governo e da oposição do Palipehutu-FNL de uma declaração de fim das hostilidades.
Significou igualmente a volta à normalidade no Quênia, graças à vontade política das partes enfrentadas depois do processo eleitoral de dezembro de 2007 e à mobilização de vários atores da comunidade internacional.
O restabelecimento da autoridade na ilha de Anjouan, no arquipélago das Comores, e a definição da data para as eleições presidenciais na Costa do Marfim mediante o chamado acordo político de Uagadugu, são outros exemplos.
Também, Ping congratulou o pacto obtido no início deste mês em Djibuti pelo governo federal de transição e a Aliança para a Relibertação da Somália, o qual qualificou como um sinal de esperança para a volta à paz nesse país.
Elogiou os progressos na República Democrática do Congo, depois da assinatura de uma ata de compromisso pelas partes envolvidas na paz na região de Kivu.
“Uma África em paz consigo mesma só pode ser mais forte, mais solidária e mais próspera”, destacou Ping, ao sublinhar que nos últimos anos o continente conheceu avanços significativos no caminho da democracia, a boa governabilidade e o estado de direito.