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Cochabamba é declarada região ''livre da intervenção dos EUA''

Autoridades municipais, movimentos sociais e trabalhadores cocaleiros expulsaram o pessoal da Agencia dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional (USAID) de Cochabamba. Os letreiros da agencia foram retirados da região e o financiamento que

Julio Salazar, dirigente das seis federações de produtores de coca de Cochabamba, afirmou que ''Venezuela oferecerá apoio pela a saída de Usaid, e será uma ajuda sem condições, porque Estados Unidos sempre pede algo em troca''.



Além disso, justificou a expulsão dos membros da Usaid por sua permanente intervenção em assuntos sociais e políticos da Bolívia.
''Nosso país deixou de ser um país mendigo'', disse Salazar à agência Efe o dirigente do setor. Ele declarou que os municípios vão assumir os projetos impulsionados pela Usaid, mas que ainda não foram finalizados.



Salazar afirmou ainda que a agência americana só destinava para a cooperação 5% de seu orçamento na região, e o resto era gasto em ''espionagem, inteligência e compra de alguns dos prefeitos''. Desde 1983, a Usaid investiu mais de US$ 270 milhões na região, segundo seus cálculos.



O vice-ministro da Defesa Social boliviano, Felipe Cáceres, ex-cocaleiro e encarregado da luta contra as drogas, criticou os métodos de cooperação americana e, no entanto, elogiou a ajuda européia.



''Queremos uma cooperação como, por exemplo, a da União Européia'', declarou Cáceres após dizer que ''o pior é que estes programas (da Usaid) continuam sendo dirigidos pelos próprios americanos''.



Ele pediu ''novas regras e novas formas de cooperação'' entre Bolívia e EUA.



O presidente da Bolívia, Evo Morales, que se define como anti-imperialista, acusou várias vezes os EUA, e especialmente o embaixador do país na Bolívia, Philip Goldberg, e a Usaid de conspirar contra o Governo boliviano, de ingerência e de financiar seus opositores.



Os cocaleiros também decidiram na quinta-feira a saída de Chapare de outras agências de cooperação internacional associadas à Usaid, salvo as entidades dedicadas à interdição do tráfico de drogas.



Sobre a preocupação pela segurança de funcionários e cidadãos norte-americanos expressada pela Embaixada dos Estados Unidos em La Paz, o vice-ministro esclareceu que todos têm ''a garantia do Estado de Direito''.



Cáceres disse que os cocaleiros ''não estão atentando contra a segurança das pessoas, mas falando dos projetos''.



Depois da partida dos funcionários dos Estados Unidos, os dirigentes cocaleiros e autoridades municipais se reuniram para formalizar a declaração de território livre de interferência estadounidense na região.



Da redação,
com agências