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Com Marta e Aldo, convenção do PCdoB reafirma aliança em SP

Mais do que uma instância decisória, a convenção do PCdoB de São Paulo, realizada hoje, 29, foi um ato de reafirmação do compromisso entre PT, Bloco de Esquerda (PCdoB, PSB, PDT, PRB) e PTN em torno da candidatura de Marta Suplicy e Aldo Rebelo. Cerc

“Estamos juntos porque temos preocupação com a inclusão social”, disse Marta Suplicy durante a convenção do PCdoB, que lotou a quadra do Sindicato dos Metroviários, no Tatuapé (zona leste da capital). Segundo ela, a meta dos partidos é fazer de São Paulo “uma metrópole de vanguarda”, com melhor condição de vida para seus habitantes. “É a maior cidade da América Latina e, no entanto, nos últimos quatro anos, não teve nenhum planejamento, não atraiu indústrias”, lamentou a candidata.


 


Ela agradeceu ao trabalho desenvolvido por Nádia Campeão, presidente do PCdoB-SP, quando cuidou da Secretaria de Esportes durante a gestão da petista”. Por fim, disse, “temos que fazer de São Paulo uma cidade que honre e dignifique seus cidadãos”.


 



Foco na educação
Aldo Rebelo, que antecedeu Marta nos discursos, enfatizou a importância de se melhorar e valorizar a educação. “Numa sociedade tão desequilibrada como a nossa, não haverá sistema digno do nome ‘democracia’ se não houver escola pública de qualidade”, disse. “Só um coração voltado ao cuidado de nossas crianças e adolescentes poderia criar os CEUs”, enfatizou, dirigindo-se a Marta.


 


Diante das desigualdades do mundo, onde se vê o aumento do fosso que separa ricos e pobres, explicou Aldo, a união de partidos de esquerda, populares e democráticos é ponto fundamental para uma real transformação social. “É nos espaços políticos que podemos construir, juntos, essa luta”. Queremos, ressaltou, “uma cidade humana, em que as pessoas possam andar nas ruas sem ódio e sem medo; onde todas as crianças possam ser felizes, confiantes em seu futuro”, finalizou.


 


Compareceram ao ato lideranças de todos os partidos do Bloco e do PT, entre eles o senador Eduardo Suplicy, e de movimentos sociais, como sindical e juventude.


 



Sinalização para o Brasil
Os debates que antecederam o ato político de encerramento da convenção foram abertos pelo presidente do PCdoB, Renato Rabelo. Ele falou sobre o projeto eleitoral do partido para este ano, quando lançará 400 candidatos à prefeitura – sete em capitais – e cerca de dez mil a vereador.


 


Disputam a prefeitura de capitais Jandira Feghali (Rio de Janeiro), Manuela D’Avila (Porto Alegre), Edvaldo Nogueira (Aracaju), Ângela Albino (Florianópolis), Flávio Dino (São Luis), Jô Moraes (Belo Horizonte) e Ricardo Gomyde (Curitiba). Outra candidatura de destaque é a de Renildo Calheiros, que buscará continuar em Olinda o trabalho da comunista Luciana Santos, eleita duas vezes. 


 


É a primeira vez, disse, que o PCdoB terá esse número de candidatos nas capitais, todas candidaturas competitivas. “São nomes de grande prestígio político e há entre eles um número considerável de mulheres porque o PCdoB sempre levou em conta a contribuição que elas podem dar para o nosso projeto”, disse Rabelo.


 


Sobre São Paulo, o dirigente destacou: “tivemos grande êxito aqui porque contribuímos para reunir os partidos de esquerda, progressistas e democráticos”. A coligação entre PT e Bloco de Esquerda na capital paulista, salientou, “é uma sinalização importante para todo o Brasil porque essa é uma aliança de caráter popular”. 


 


De acordo com Rabelo, é importante para o desenvolvimento de São Paulo que sua administração “esteja em sintonia com o projeto nacional” encabeçado pelo presidente Lula.


 


Esta coligação, disse Rabelo, “tem papel estratégico porque nela se descortinam os horizontes de 2010”, daí a importância de a aliança alcançar a vitória nas próximas eleições municipais. “Nenhum outro candidato em São Paulo tem o apoio popular que tem a nossa candidatura, formada por pessoas e partidos comprometidos com os anseios do povo”.


 


O ministro do Esporte, Orlando Silva, também compareceu ao evento. Ele lembrou que “São Paulo foi a única capital que atendeu ao pedido do presidente Lula de união dos partidos de esquerda”.



 


Unidade popular
Julia Rolland, presidente municipal do PCdoB, enfatizou que “Aldo Rebelo não é um candidato a vice do PCdoB, mas do Bloco de Esquerda”. Sobre a desistência de lançá-lo à prefeitura, Julia explicou: “o cenário político é dinâmico e precisamos saber nos adaptar a ele”. Foi uma grande vitória, segundo ela, o partido ter tido papel destacado na consolidação do Bloco em São Paulo.


 


Nádia Campeão, presidente estadual do PCdoB, disse que na articulação que resultou na aliança “predominou o sentido no qual o PCdoB foi forjado: a certeza de que a vitória do povo reside em sua unidade”. Para os partidos conservadores, Nádia deixou um recado: “não pensem que vamos permitir o retrocesso em 2008”.


 



Palavra de delegado
A palavra também foi aberta a alguns dos delegados presentes à convenção. Pedro da Costa, funcionário da Sabesp e membro da direção do Sintaema, ficou satisfeito com a decisão do Bloco se unir ao PT. “Não é fácil ser comunista numa cidade burguesa”, disse. Para ele, a união dessas forças vai permitir melhorar a cidade. “Moro na periferia do Jardim Ângela e obras iniciadas ali, na gestão Marta, agora estão paralisadas”, reclamou.


 


Nuno Mendes, radialista e militante recém-filiado, compartilha dessa opinião. “A cidade precisa ser mesmo mais humana, especialmente na periferia, onde há muita carência de serviços públicos”. 


 


Alcides Amazonas, coordenador de fiscalização da ANP de São Paulo e ex-vereador aproveitou para saudar os pré-candidatos à Câmara Municipal que, por conta da coligação proporcional, saíram da disputa. “É importante lembrar que o projeto no PCdoB não há espaço para projetos pessoais”, explicou.


 



De São Paulo,
Priscila Lobregatte