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Colômbia: indígenas marcham contra políticas de Uribe

Ao menos cinco mil indígenas, a maioria da etnia Nasa, iniciaram nesta segunda-feira (10) uma nova marcha de protesto contra o governo colombiano. A caminhada, que partiu da cidade de Cali rumo a Bogotá, é a continuidade de um conjunto de protestos, todos

Inicialmente os indígenas protestaram bloqueando a via Pan-americana, que liga o centro do país com o sul. Depois, mais de 12 mil caminharam desde a reserva até Cali, para chamar a atenção do presidente Álvaro Uribe, com quem se reuniram no dia 2 de novembro sem chegar a nenhum acordo.



Os indígenas exigem que o governo cumpra com a entrega de terras prometidas para solucionar o problema de cerca de 400.000 sem-terra. Além do mais, pedem para que deixem de relacioná-los com grupos armados ilegais e para que a força pública não esteja mais em seus territórios.



Também exigem que não se ratifique o Tratado de Livre Comércio com os Estados Unidos, ainda em trâmite, e que não assinem o acordo de associação entre Colômbia e a União Européia, entre outros pedidos.



A tudo isso se soma o desejo indígena de que se avance em um acordo de paz entre o governo e os grupos guerrilheiros e haja justiça em relação à morte de vários de seus companheiros em todo o país.



60 mil



Luis Evelis Andrade, presidente da Organização Nacional Indígena da Colômbia (Onic), disse que a primeira parada da marcha seria ainda na segunda-feira, em Palmira, no estado do Valle del Cauca. ''A marcha vai crescer cada vez mais porque a medida em que for passando pelos diferentes estados mais companheiros vão se juntar'', estimou Andrade, que calcula que chegarão em Bogotá dentro de duas semanas cerca de 60 mil manifestantes.



A idéia dos indígenas é percorrer os povoados e cidades que separam Cali de Bogotá e permanecer em cada uma delas o tempo suficiente para conseguir novas adesões e revelar todas suas exigências.



Quando chegar na capital, afirmou Andrade, ''esperamos que o senhor presidente da República responda nossos pedidos'', já que ''não pode ser que ele (Uribe) sempre esteja legitimando suas políticas sem dar uma resposta'' às exigências de outros setores sociais do país.



O dirigente indígena disse estar confiante de que a marcha de seus companheiros na Minga se converterá em um ''processo de construção, de reclamação, de proposta permanente e uma alternativa ao que ocorre no país''.



Por sua vez, Aída Quilcué, conselheira do Cric, confiou que ''a Minga seja permanente, não somente para isso, mas também para que seja um exercício de despertar o coração dos colombianos''.



Fonte: Ansa Latina