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Para líder venezuelano, crise aumenta esperança no socialismo

VenezuelaNesta quarta-feira (19), Carolus Wimmer, vice-presidente do Parlamento Latino-Americano e secretário de Relações Internacionais do Partido Comunista da Venezuela, esteve na sede-escola do PCdoB em reunião com secretário de Relações Internacionais do partido, José Reinaldo Carvalho. O dirigente venezuelano é mais um dos convidados do 10º Encontro Internacional dos Partidos Comunistas e Operários a se reunir com os brasileiros em conversas bilaterais.

Wimmer: crise fortalece PCs
“O PCV segue seu trabalho de construção de aliança patriótica com o PSUV de Hugo Chávez e com o PPT (Partido Para Todos). Nosso partido joga um papel unificador”, disse Wimmer. Ele salientou que hoje as três áreas de atuação prioritárias do PCV são a classe trabalhadora, a formação ideológica e as relações internacionais.

Wimmer também falou das eleições do próximo domingo, quando os venezuelanos escolhem seus parlamentares e governantes. “Dos 22 estados que compõem nosso país, fechamos aliança com o PSUV em 16; em seis temos candidatos próprios e em quatro estamos em alianças em que o partido de Chávez também está presente. Essa situação acontece tanto nas candidaturas para governador como para prefeitos e deputados regionais (equivalentes aos federais no Brasil)”, explicou o dirigente venezuelano.

A expectativa dos comunistas, segundo Wimmer, é “fazer das eleições uma questão tática para fortalecer a luta revolucionária e popular”. Para isso, ressaltou, é essencial “que se tenham comunistas ocupando diretamente os cargos, revolucionários com responsabilidades populares”. Por outro lado, disse, “essas eleições incluem também a luta antiimperialista e anticapitalista”.

Encontro

Carolus Wimmer vê como uma questão estratégica o encontro dos partidos em terras latino-americanas. “É uma necessidade em um continente em que as lutas revolucionárias estão acontecendo através de resultados eleitorais vitoriosos, com participação em governos”. Segundo ele, “é natural que o movimento comunista internacional discuta aqui, no Brasil, na América Latina, esse conjunto de experiências”. Ele lembra que o momento é bastante profícuo para os comunistas. “Entramos no século 21 fortalecidos, apesar de terem decretado o ‘fim da história’ nos anos 90”, brincou. “E assistimos também a um importante retrocesso, inclusive territorial, do imperialismo norte-americano, que perdeu espaço na América Latina principalmente com os diversos processos de integração entre os povos”, completou.

E, diante da atual crise financeira, constatou: “confirma-se mais uma vez a inviabilidade do sistema capitalista. As elites que comandam o poder resolvem os problemas da crise para si mesmas, mas não para os trabalhadores, para o povo”. Por isso, afirmou, “é de extrema importância que possamos aprovar uma resolução contundente e consensual sobre a crise”.

Otimista, Wimmer disse também que “a visão marxista está mais atual do que nunca” e que “apesar de o momento ser de dificuldades globais, abre-se uma grande esperança num futuro socialista”. Os partidos comunistas, enfatizou, “certamente sairão fortalecidos dessa crise”.

De São Paulo,
Priscila Lobregatte