Guerra no Cáucaso reflete desagregação da URSS
Em sua contribuição para o 10º Encontro Internacional dos Partidos Comunistas e Operários, realizado este fim de semana em São Paulo, Avtandil Kvinchia, representante do Partido Comunista Unificado da Geórgia, desviou-se do tema proposto para explicar a gravíssima situação que o país do Cáucaso atravessa, imposta pela atual administração do país.
Publicado 24/11/2008 18:48 | Editado 13/12/2019 03:30
A guerra realizada em agosto pelas forças georgianas, apoiadas e treinadas pelos EUA, contra a região autônoma da Ossétia do Sul desencadeou uma operação militar de grandes proporções da Rússia contra a Geórgia. O poderm militar georgiano, construído pelos EUA, foi completamente destruído.
Avtandil explica que essa guerra ainda é um desdobramento da extinção da União Soviética. “Objetivamente, a Rússia continua sendo um império, tratado como uma ameaça para as forças da globalização. A URSS não foi desmoronada para que a única herdeira, a Rússia, pudesse explorar seus próprios e ricos recursos naturais”.
“O sul do Cáucaso é uma área de interesses especiais dos EUA e da Otan”, explica. “O motivo principal é a localização estratégica da Geórgia. A guerra na Tchetchênia foi sustentada pela Geórgia e quase desmoronou a Rússia”, afirma.
O conflito acontecido em agosto resultou em um desastre político e militar para a Geórgia. “A Rússia fortaleceu sua presença política e militar nas regiões que outrora pertenciam à Geórgia, Abcásia e Ossétia do Sul”, relatou.
“Foi finalizado o longo e doloroso processo de desmembramento da República Socialista Soviética da Geórgia, que tempos atrás era uma república próspera, desenvolvida e multinacional”, explicou Avtandil.
“A tragédia dos povos que vivem nessa região não terminou ainda. O fortalecimento da presença militar da Rússia no território da ex-República Socialista Soviética da Geórgia significa a militarização posterior dessa região explosiva. Porém, essa militarização foi provocada pela decisão dos EUA e da Otan” sublinhou.
“Somente a união militar e política das repúblicas do sul do Cáucaso com a Rússia e a criação de mecanismos reais de segurança dentro dessa união irão permitir aos povos do Cáucaso se livrar da influência da Otan e dos Estados Unidos e superar as divergências entre as etnias desta região”, finalizou.
Da redação