E a evolução do papel da criança?

Observando os registros da história de nosso país podemos constatar a progressão dos valores em detrimento aos que sempre reinaram em nossa sociedade, nos ambientes em que se perpetua e fomenta o saber, no que diz respeito à “educação” de nossas crianças.

O ECA deixa claro em seu Capítulo II que a criança têm direito à liberdade, ao respeito e à dignidade como pessoas humanas em processo de desenvolvimento e como sujeitos de direitos civis, humanos e sociais garantidos na constituição e nas leis; O direito ao respeito consiste na inviolabilidade da integridade física,psíquica e moral da criança e do adolescente,abrangendo a preservação da imagem,da identidade,da autonomia,dos valores ,idéias e crenças,dos espaços e objetos pessoais, sendo complementado esse aspecto no mesmo documento em seu art.18 quando diz que “É dever de todos velar pela dignidade da criança, pondo-os a salvo de qualquer tratamento desumano, violento,aterrorizante,vexatório ou constrangedor”.
O parecer CNE/CEB Nº22/98 e as resoluções CNE/CEB Nº1/99 e CEED Nº246/99 apontam que a proposta pedagógica para a educação infantil, definida no regimento escolar devem considerar os pontos que seguem, a saber:



Expressar os fundamentos norteadores traduzidos nos Princípios éticos da autonomia, da responsabilidade, da solidariedade e do Respeito ao Bem Comum (aprender a ser); Princípios Políticos dos direitos e Deveres de Cidadania, do exercício da Criticidade e do Respeito à Criticidade e do Respeito à ordem Democrática (aprender a conhecer, aprender a conviver); Princípios Estéticos da Sensibilidade, da Criatividade, da Ludicidade, da Qualidade da Diversidade de manifestações culturais e Artísticas (aprender a fazer).
O que é muito contraditório com nossa realidade. Na verdade é preciso que se incorpore uma política de informação em que resguarde esses direitos, em busca de uma qualidade de vida melhor em nossa sociedade, pois as formas que os “filhos” vivem se relacionam com o mundo, lutam pelos seus ideais são uma resposta da educação dos pais paralela aos conhecimentos adquiridos na vida escolar, e incorporados pela interação com o seu cotidiano.



Há de se louvar, no entanto a evolução advinda de pesquisas que comprovam a necessidade da afetividade e “do cuidar” principalmente na infância, pois é quando acontecem os primeiros contatos da criança com o mundo. Segundo Bernard (2003, p.22) as crianças têm muita capacidade para a união e uma habilidade inata para a socialização, e quanto menor é uma criança, mais sua capacidade de percepção, de aprendizagem depende da qualidade da relação que ela estabelece com o ambiente à sua volta, por isso você pai e educadores em geral façam uma  auto-análise sobre sua forma de educar, e reflita, pois você é o responsável direto pelo futuro de nosso país.
Pois é nos primeiros anos que a criança constrói seu próprio sistema de valores e sua auto-estima, que desenvolve a capacidade de relacionar-se com os outros, de expressar-se, de comunicar-se, de ouvir, de solucionar conflitos e disputas amistosamente, de reconciliar-se e de perdoar, por isso a relevância dada ao exemplo na educação como fator primordial nas etapas de desenvolvimento do ser humano.
Entretanto a identificação das necessidades sentidas e expressas pelas crianças, depende da compreensão que o adulto tem das várias formas de comunicação que elas, em cada faixa etária possuem e desenvolvem, pois a base do cuidado humano é compreender como ajudar o outro a se desenvolver como ser humano, e o desenvolvimento integral, de acordo com o RCNEI (1998, p.24) depende tanto dos cuidados relacionais, que envolvem a dimensão afetiva e dos cuidados com aspectos biológicos do corpo, como a qualidade da alimentação e dos cuidados com a saúde, quanto da forma como esses cuidados são oferecidos e das oportunidades de acesso a esses conhecimentos variados.



Por Janaina Florinda da Silva Nascimento, pedagoga e especializanda em psicopedagogia