Haroldo Lima: Bacia geológica do Rio São Francisco tem potencial
Desconcentrar a política energética, hoje muito voltada ao Estado do Rio de Janeiro; incorporar a bacia sedimentária geológica do Rio São Francisco no setor do petróleo e gás, divulgando-a junto ao empresariado, e promover a exploração desses produtos
Publicado 10/02/2009 01:15 | Editado 04/03/2020 16:51
Para Haroldo Lima o evento resgata uma dívida antiga dos deputados mineiros com o Estado, o maior produtor minerário e o grande mercado consumidor do país que, no entanto, não possuía uma Comissão voltada para as questões pertinentes ao setor. No final da tarde, acompanhado da deputada federal e líder do PCdoB na Câmara dos Deputados, Jô Moraes (MG), o dirigente da estatal teve uma audiência com o governador Aécio Neves, da qual também participou a geóloga da ANP, Eliane Peterson.
Potencial
Além de defender a viabilidade da exploração da chamada camada do pré-sal, principalmente em razão dos altos e inviáveis preços do barril de petróleo, com a inserção de novas áreas, o presidente da ANP apontou horizontes alvissareiros para Minas Gerais a partir da bacia geológica do Rio São Francisco que também abrange os Estados da Bahia e do Tocantins.
“Minas tem um poderio, um potencial gaseífico extraordinário e isto precisa ser divulgado, conhecido, pois um grande futuro se aponta”. E esta divulgação, debates com estudiosos e os rumos do setor minerários deverão ser tratados pela Comissão de Minas e Energia da Assembléia que terá como presidente o deputado Sávio Souza Cruz.
A criação da comissão foi definida durante audiências públicas realizados em 11 cidade e onde foram eleitos 226 delegados que participaram de um seminário com especialistas e onde foram aprovadas 50 propostas, entre as quais a sua implementação.
A importância da Comissão de Minas de Energia, em especial neste momento de crise econômico-financeira, também foi destacada pelos presidentes do Sindicato Metabase de Itabira, Wellington José Alvarenga, e do SindExtra e representante da Câmara Mineral da Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg), José Fernando Coura. Para Wellington Alvarenga “ agora vivemos a crise da produção, mas depois virá a crise da escassez, porque minério não dá duas safras”.
O sindicalista também rejeitou, durante discurso, a redução da jornada de trabalho com redução, em 50% , dos salários dos trabalhadores da Vale. Para ele, isto não vai resolver o problema e sim agravá-lo, já que terá repercussão nas arrecadações dos municípios mineradores com conseqüência para os Estados e o País.
Já o presidente do SindExtra ressaltou os apoios de Haroldo Lima e do presidente da Assembléia Legislativa, deputado Alberto Pinto Coelho,`as atividades minerarias e em especial à criação da Comissão de Minas e Energia. Ele destacou que o setor minerário é responsável por 35% do PIB (Produto Interno Bruto) do Estado.
Razão de, neste momento de crise, ser imprescindível a união dos empresários, trabalhadores, parlamentares e governo na busca de saídas, visando garantir Minas na liderança do setor. E pontuou: “Não adianta achar que Obama vai resolver, pois a primeira medida que ele tomou como presidente dos Estados Unidos foi protecionista, protegendo o aço produzido em seu país”.
A solenidade de instalação da Comissão de Minas e Energia da Assembléia Legislativa contou com as presenças de diversas autoridades do setor minerário, parlamentares, técnicos e demais convidados.
De Belo Horizonte,
Graça Gomes