Bahia: secretário sindical do PCdoB comenta demissões em Camaçari

Na última quinta-feira (26/02), o anúncio repentino do fechamento da unidade da Britânia instalada em Camaçari, e a conseqüente demissão de 370 funcionários, motivou o pronunciamento do secretário sindical do PCdoB, Aurino Pedreira, que também preside a F

Para Pedreira, o que está por trás do fato é a reestruturação organizativa da empresa, que se aproveita de um momento de crise para fazer mudanças estratégicas. “Essas empresas ‘flexíveis’ se instalam na região por conta dos benefícios e isenções de impostos e, no momento que lhes convêm, colocam seus equipamentos no caminhão e vão embora a depender das vantagens oferecidas em outros lugares”, constatou.


 


Um processo de industrialização integrado à cadeia produtiva, firmado no respeito às condições de trabalho pré-estabelecidas e tendo, como contrapartida das empresas, além da geração de empregos, investimentos junto às comunidades nas quais estão implantadas, é o caminho para o desenvolvimento, segundo defende o dirigente do PCdoB. “O caso evidencia, justamente, a falta dessa política, quando se cria um pólo industrial que não se solidifica, porque não é construída uma cadeia de responsabilidade social da empresa com o município e a comunidade, tampouco uma política de desenvolvimento casada com uma política de valorização do trabalho”, criticou.


 


A respeito dos 370 operários demitidos, Aurino Pedreira afirma que, na prática, trata-se de um número pelo menos 3 a 4 vezes superior por se tratar do fechamento de uma empresa, que, além dos empregos diretos, engloba fornecedores e comerciantes instalados nas proximidades, que sobrevivem por conta da circulação da renda. “Um processo desse porte desencadeia uma queda produtiva generalizada em toda a região. É o reflexo da postura unilateral por parte da empresa, que prezou unicamente por seus interesses”, recriminou.


 


O momento, todavia, como é comum em situações adversas, é propício para as forças progressistas, segundo aposta o comunista. “É a hora de lutarmos por mais espaço na configuração política do Brasil; questionar e ajudar a construir uma nova política de desenvolvimento para o país”, arrematou. 


 


De Salvador,


Camila Jasmin