Sem categoria

Brasil e França buscam parceria para mudar ordem mundial

“Não queremos mudar tudo, mas queremos mudar substancialmente”, disse sobre a estrutura mundial o chanceler brasileiro, Celso Amorim, após reunir-se nesta sexta-feira (27) com o presidente francês, Nicolas Sarkozy. Brasil e França articulam uma dobradinha

A colaboração entre os dois países ganhou impulso em dezembro passado, em uma visita de Sarkozy a Brasília. Ele e o presidente  Luiz Inácio Lula da Silva assinaram um acordo que significou contratos estratégico  no terreno da defesa. O Brasil decidiu comprar da França 50 helicópteros de transporte EC-725 e de quatro submarinos de ataque da classe Scorpene. A França se comprometeu a cooperar com o Brasil na construção de um submarino à propulsão nuclear.



A visita oficial de Amorim a Paris busca estender a cooperação ao difícil terreno da estrutura multilateral. “Falamos sobre como reforçar as relações França-Brasil, não para seguir avançando em um plano bilateral, mas para trabalhar junto com outros países”, disse o chefe da diplomacia brasileira, após encontrar-se com Sarcozy.



França e Brasil advogam por modificações em organizações internacionais como, por exemplo, o Conselho de Segurança das Nações Unidas e o G8 (o grupo dos países mais industrializados) para ampliar o número de seus membros.



Os dois países “querem que haja uma mudança real (…) que essas mudanças se façam de maneira lógica e que cheguem naturalmente como ocorreu depois da 2ª Guerra Mundial”, explicou o chanceler brasileiro.



Sobre a intenção de “mudar substancialmente”, Amorim especificou que “Isso foi mencionado pelo presidente francês”, e que Lula concorda, assim como outros atores poderosos como a Índia e a Rússia.



“Pensamos que temos que buscar soluções em conjunto e não tratar de questões financeiras aqui, ou de outras relacionadas com a mudança climática ou de assuntos relativos à segurança em outro lugar”, assegurou.



Amorim chegou na quinta-feira à noite à Paris para examinar com o presidente francês as relações bilaterais e internacionais e a preparação do G20 que se reunirá em Londres em 2 de abril próximo. O G20, que reúne o G7 (países mais ricos do mundo) e mais 13 nações em desenvolvimento, reuniu-se pela primeira vez em novembro passado, a convite do então presidente George W. Bush, para tratar da crise


econômica mundial. Sua constituição é uma confissão muda de que as metrópoles do capitalismo precisam das pujantes economias periféricas para sair da crise.



Celso Amorim também falou com Sarkozy sobre a recente visita do ex-ministro socialista francês Jack Lang a Cuba, como emissário do Palácio do Eliseu. O chanceler classificou o passo de “passo muito positivo”. “Consideramos que é um passo extremadamente importante para que as relações de Cuba com o mundo voltem ao normal o quanto antes”, comentou.



Da redação, com informações da AFP