Jô Moraes denuncia criminalização dos movimentos sociais

 A deputada federal Jô Moraes (PCdoB/MG) fez ontem (03) da tribuna da Câmara a defesa dos movimentos sociais, em especial do MST (Movimentos dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra) e da UNE (União Nacional dos Estudantes), argumentando ser dever dos parl

Jô Moraes pediu ao presidente da sessão, deputado Inocêncio Oliveira, que deixasse registrado nos Anais da Casa a nota da UNE, assinada por sua titular, Lúcia Stumpf, intitulada: “Ontem e hoje em defesa da educação e contra a criminalização dos movimentos sociais”. No documento, a entidade denuncia “um verdadeiro ataque da mídia, com pouca fundamentação, muita especulação e especialmente uma forte carga de intenção em desacreditar os lutadores do povo”.


 


A entidade estudantil avalia que o MST “vem sendo achincalhado, acusado de crime das mais diversas tipificações, sem o cuidado, por parte da mídia, de garantir ao menos que fatos sustentem a versão exposta, exigência mínima do jornalismo em termos de democracia”. E que a “União Nacional dos Estudantes, entidade historicamente reconhecida pelo seu papel na construção da democracia do País, também é alvo desta campanha antimovimentos sociais”.


 


Denúncia


 


Aqui, a íntegra do discurso da deputada Jô Moraes:


 


“Senhor Presidente, caros Deputados, queridas Deputadas, quero me somar às palavras do Deputado Fernando Ferro.


 


Quando o Deputado Adão Pretto nos deixou, registramos aqui que a democracia ficaria enfraquecida, porque ele era um dos raros representantes dos excluídos.


 


Tenho certeza de que a voz de Sua Excelência estaria aqui, apoiando a indignação do Deputado Fernando Ferro, que defende a necessidade de não se criminalizar os movimentos sociais.


 


Solicito a Vossa Excelência que transcreva nos Anais da Casa uma nota da União Nacional dos Estudantes, assinada pela Presidenta, Lúcia Stumpf, sob o título: Ontem e hoje em defesa da educação e contra a criminalização dos movimentos sociais.


 


A nota começa dizendo que, nesta semana os movimentos sociais estão sofrendo verdadeiro ataque da mídia, com pouca fundamentação, muita especulação e especialmente uma forte carga de intenção em desacreditar os lutadores do povo.


 


Em seguida, ela diz que o MST vem sendo achincalhado, acusado de crime das mais diversas tipificações, sem o cuidado, por parte da mídia, de garantir ao menos que fatos sustentem a versão exposta, exigência mínima do jornalismo em termos de democracia.


 


A União Nacional dos Estudantes, entidade historicamente reconhecida pelo seu papel na construção da democracia do País, também é alvo desta campanha antimovimentos sociais.


 


O Deputado Fernando Ferro disse que estranha profundamente que um magistrado, Presidente do Supremo Tribunal Federal, venha pronunciar-se sobre assuntos da esfera da democracia e da liberdade do povo, quando deveria estar sobretudo isento para se pronunciar em relação às dezenas e dezenas de processos que estão tramitando no Supremo, que poderiam tentar trazer a paz ao campo, que é a nossa luta.


 


Senhor Presidente, faço questão de registrar nos Anais desta Casa a nota da União Nacional dos Estudantes, dizendo que é nosso dever, em solidariedade à partida do Deputado Adão Pretto, nosso querido companheiro, defender aqui o direito dos movimentos sociais do povo, de se organizarem e lutarem por seus direitos .


 


Para concluir, defendemos, deputado Fernando Ferro, que o Governo do Presidente Lula tenha atitude democrática e solidária de compreender que os movimentos sociais deste País têm que ser encarados como legítimos agentes políticos na reivindicação e na atenção de suas solicitações.


 


Por isso, somo-me às palavras de Vossa Excelência e registro a defesa em prol do Movimento dos Trabalhadores Sem-Terra, evidentemente, sem concordar com qualquer coisa contrária à nossa luta, em defesa também da União Nacional dos Estudantes e para que este País seja verdadeiramente democrático”.


 


De Belo Horizonte,


Graça Gomes