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Globovisión e RCTV perdem caso contra Venezuela em tribunal

O Estado venezuelano comemorou a absolvição da Corte Interamericana de Direitos Humanos (CIDH) sobre os casos de suposta agressão e perseguição a jornalistas dos canais de televisão Globovisión e RCTV.

As partes foram notificadas da sentença na terça-feira (3), mas divergem acerca da interpretação de seu conteúdo.



Em comunicado, o Governo da Venezuela afirmou que a CIDH decidiu que o Estado venezuelano não violou nenhuma das liberdades de expressão, propriedade e igualdade das empresas de comunicação privadas Globovisión e RCTV.



“Na sentença, a Corte Interamericana somente estabeleceu que o Estado havia falhado supostamente em sua obrigação de não ‘evitar’ que terceiras pessoas obstaculizassem o exercício profissional dos jornalistas e trabalhadores da Globovisión” ressalta o comunicado.



Dessa forma, a CIDH não ordena nem obriga a indenização por dano moral ou físico aos demandantes, mas sim uma quantidade monetária por conceito de custos e gastos do “julgamento” que a Corte levou adiante, que é de dez mil dólares americanos, afirmou o governo venezuelano.



A solicitação da Globovisión era de um milhão de dólares.



A Corte ordenou ao Estado conduzir eficazmente as investigações e processos penais abertos pelos fatos denunciados pela Globovisión. Além disso, recomendou que tomasse medidas para evitar as restrições e obstaculizações à liberdade de expressão dos trabalhadores de jornalistas da Globovisión.



O Estado venezuelano foi considerado culpado pelo não cumprimento da obrigação dos artigos 13.1 e 5.1 da Convenção Americana dos Direitos Humanos.



O 13.1 indica que “toda pessoa tem direito à liberdade de pensamento e expressão que compreende a liberdade de buscar, receber e difundir informação de toda índole sem consideração de fronteiras”. O artigo 5.1 tem a ver com o direito à integridade pessoal. 



Por sua vez, Globovisión discordou da visão do Estado sobre a não condenação nos casos de violação dos direitos humanos.



Em comunicado, afirmou que a CIDH “declarou de maneira definitiva e inapelável a responsabilidade internacional da República Bolivariana da Venezuela pela violação dos direitos à liberdade de expressão e integridade pessoal de trabalhadores da Globovisión, consagrados na Convenção Americana de Direitos Humanos e solicitou ao Estado reparar os danos causados às vítimas”.