Sindicalistas organizam trabalhadores que sofrem com a crise
Aumenta a consciência dos trabalhadores com a crise. Esta foi a percepção dos dirigentes estaduais da CTB, José Lacerda, o Jota, e Murilo, em visita a lideranças sindicais na cidade de Ponte Nova-MG. Entre eles, trabalhadores da construçã
Publicado 09/03/2009 00:28 | Editado 04/03/2020 16:51
Em um profícuo diálogo, segundo os sindicalistas, ficaram claro os antagonismos de interesses entre capital e trabalho na definição de políticas e ações para driblar a crise pelos governos.
“Muito se tem feito para salvar banqueiros e operadores do mercado financeiro e também os setores industriais mais atingidos. No entanto, não há proteção ao emprego e ao salário, de forma que são os trabalhadores que vêm pagando a conta da crise à base do facão”, comentou Murilo Ferreira, diretor do Sindicato dos Professores e da CTB.
O sinidicalista lembrou que aqui no Brasil, por exemplo, antes mesmo de a crise chegar e para manterem em alta os lucros, as empresas já demitiram em massa, uma verdadeira traição aos objetivos maiores da nação que é o desenvolvimento, a geração de emprego e a distribuição de renda. “É óbvio ser esta a ótica do capital, isto é, considerar desprezível e descartável o trabalhador e sua força de trabalho. Mas são nesses momentos de crise que caem por terra as máscaras do sistema capitalista e então os trabalhadores podem enxergar com nitidez a sua obscura e perversa natureza”, diz Murilo.
Com base nesse entendimento e dissipando ilusões quanto aos interesses dos patrões de flexibilizar ainda mais as relações de trabalho, as lideranças sindicais apostam na organização e luta dos trabalhadores como forma de resolverem os problemas decorrentes da crise.
Apontam também medidas como a redução da jornada de trabalho sem redução salário, a garantia de emprego, a redução da Taxa Básica de Juros, a elevação dos investimentos do governo em obras, infra-estrutura, educação, saúde. Os sindicalistas defendem a implantação de uma nova política macro-econômica com base em uma forte intervenção do estado para garantir o crescimento da economia e a elevação do padrão de vida e consumo dos trabalhadores e do povo.
Por fim, apesar da crise, as lideranças sindicais acreditam que ela traga também novas oportunidades para o país, pois somente derrotando o neoliberalismo e apontando o rumo do socialismo, proposto pela CTB, é que poderemos superar essa fase difícil para o mundo do trabalho. Como fruto desse entendimento foi marcado assembléias de filiação à CTB por parte dessas categorias da cidade de Ponte Nova.