George Câmara: A Região Metropolitana e o Plano Estratégico

A Região Metropolitana de Natal, composta pelos municípios de Ceará-Mirim, Extremoz, Macaíba, Monte Alegre, Natal, Nísia Floresta, Parnamirim, São Gonçalo do Amarante e São José de Mipibu, ao mesmo tempo em que se depara com inúmeros problemas, apresen

Ocupando uma área equivalente a 5,1% da superfície do Rio Grande do Norte, abriga uma população aproximada de 42% de nosso Estado. Votam nestes nove municípios aproximadamente 37% dos eleitores potiguares. Pelos indicadores econômicos do ano de 2002, a RMN responde por 48% do Produto Interno Bruto do Rio Grande do Norte, representando assim quase a metade do volume de riquezas geradas em todo o Estado.


 


Como ocorre nas demais metrópoles brasileiras, essa região se apresenta hoje como uma fotografia, em miniatura, do nosso país, apresentando grandes disparidades. Em matéria de moradia, aqui estão as maiores e mais belas mansões, ao mesmo tempo em que proliferam as maiores favelas. Na educação, temos a presença das melhores instituições de ensino superior, ao mesmo tempo em que contabilizamos o maior número de analfabetos.


 


A RMN registra as maiores oportunidades de emprego para jovens em todo o Estado, ao lado do maior número de dependentes de drogas na juventude. Somos a cara do Brasil, onde a opulência e a miséria convivem lado a lado, configurando um quadro assustador de desigualdades. Essa situação, evidentemente, se manifesta em todo o Brasil, nas proporções dos diferentes tamanhos de nossas metrópoles.


 


Lembremos que as regiões metropolitanas brasileiras não ficaram assim por um passe de mágica. São produto da ausência, nos últimos 50 anos, de um projeto nacional de desenvolvimento compatível com o nosso rico potencial, respeitando a relação campo – cidade no Brasil. Daí o fluxo migratório, apresentando um êxodo rural absurdo, a ponto de promover o inchaço dos grandes centros urbanos. Hoje, mais de 80% das pessoas moram nas cidades, sobretudo nas metrópoles.


 


Por outro lado, o quadro que se desenha apresenta inúmeras oportunidades. As cidades e regiões metropolitanas podem vir a ser, nesse contexto, o local da afirmação de nossa cidadania, da qualidade de vida, da conquista do direito aos serviços básicos em matéria de infra-estrutura urbana, de saúde, de educação, entre outros. Para isso, é preciso investir nas cidades.


 


No Rio Grande do Norte, a Região Metropolitana de Natal conta hoje com um instrumento para o alcance de níveis mais avançados nessas matérias. O Plano Estratégico de Desenvolvimento Sustentável da RMN, contratado pelo governo do Estado e elaborado por estudiosos de elevado nível técnico e compromisso com a sociedade na defesa do interesse público, é sem dúvida uma ferramenta nas mãos dos novos gestores para darmos passos mais firmes nesse rumo. Mãos à obra.


 


George Câmara, petroleiro, advogado e vereador em Natal pelo PCdoB
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