Fundação Casa Grande torna-se referência nacional em educação

A Casa Grande recebe, hoje, em Nova Olinda, técnicos do Iphan, que conhecerão in loco todo o projeto da Fundação

A Fundação Casa Grande – Memorial do Homem Kariri passa a ser referência nacional em Educação Patrimonial, dentro das políticas públicas desenvolvidas pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), do Ministério da Cultura. Hoje, em Nova Olinda, a entidade recebe técnicos do Instituto, no intuito de conhecerem “in loco” todo o projeto, como foi concebido e as diretrizes de trabalho da instituição. Eles permanecerão até o domingo realizando estudos na Fundação, criada há 16 anos.


 


“O trabalho da Fundação Casa Grande foi considerado, pela equipe de gerência de Educação Patrimonial do Iphan, como um exemplo dos mais representativos de um trabalho educativo, no qual a valorização e a preservação do Patrimônio Cultural é a base para inclusão da cidadania, objeto fundamental das ações educativas levadas a efeito pelo Iphan”, diz o gerente de Projetos e Educação Patrimonial, João Tadeu Gonçalves, em carta enviada ao presidente da Fundação, Alemberg Quindins. Ele estará na equipe que virá desenvolver trabalho de pesquisa na Fundação.


 


O Iphan tem buscado, por meio da Coordenação Geral de Promoção, identificar as boas práticas no desenvolvimento de ações educativas, no intuito de balizar a proposta de uma política nacional no âmbito da instituição para a área de Educação Patrimonial. Em consequência desse trabalho, objetiva-se criar a Casa do Patrimônio, nos Estados do Brasil, com a finalidade não só de levar o sentido de fiscalizar, mas realizar um trabalho de conscientização social para a preservação do patrimônio.


 


E é na Fundação que os técnicos encontrarão, na prática, toda uma desenvoltura de crianças e adolescentes, educados dentro de um processo de preservação da memória local, do patrimônio material e imaterial. A Fundação Casa Grande – Memorial do Homem Kariri, para quem teve a oportunidade de ter acesso há mais de uma década, viu crianças e adolescentes dentro de um projeto de formação educacional. Alguns deles continuam e fazem um trabalho administrativo, dentro da mesma lógica, e dessa forma se desenvolveram, foram multiplicadores de um conhecimento e continuam sendo agentes participativos de um projeto em construção.


 


Responsabilidade


 


Para a diretora da Fundação, a arqueóloga Rosiane Limaverde, essa é uma grande responsabilidade para a entidade. “Esse é um desafio. Estamos longe da perfeição e isso é o lado bom de tudo, torna o trabalho estimulante, com muitas coisas a melhorar e a implantar”, diz a diretora. A Casa Grande, acrescenta, não vai dizer ao Iphan como desenvolver um projeto, mas construir junto.


 


Primeiro contato


 


O primeiro contato da Casa Grande com o Iphan, em Brasília, aconteceu em 2007, durante uma audiência. Ano passado, os técnicos do Instituto chegaram a participar de um Seminário de Arqueologia, na Fundação. Dentro do processo de reformulação da política de Educação Patrimonial, foi realizado, ano passado, um encontro nacional, que teve a participação da entidade e de diversas outras de todo o Brasil. Foi aí que veio o reconhecimento de um projeto que os técnicos consideraram a cara do Brasil.


 


O estreitamento das relações entre o Iphan e a Casa Grande, conforme João Tadeu Gonçalves, traz a possibilidade de inclusão em uma proposta de análise crítica de três trabalhos. Dois deles no âmbito do Iphan, e um da Fundação, para inclusão de indicadores de uma política institucional no que diz respeito à Educação Patrimonial e à instalação da Casa do Patrimônio.


 


Nessa primeira etapa de trabalho dos técnicos e da Fundação, serão identificadas áreas passíveis de estabelecimento de parceria para o desenvolvimento de projetos conjuntos, na região de atuação da entidade. Todo o trabalho da Fundação será apresentado pelos diretores e pelos próprios gestores mirins da entidade.