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Obama defendeu “novo começo” nas relações com Cuba

O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, defendeu um “novo começo” nas relações com Cuba. As palavras foram pronunciadas nesta sexta-feira (17), durante seu discurso na abertura da quinta Cúpula das Américas, em Trinidad e Tobago. Obama, que tem sid

“Precisamos superar décadas de desconfiança”, disse. “Gostaríamos de falar com os líderes cubanos sobre direitos humanos, reforma democrática e questões econômicas.” As declarações do presidente americano representam o maior marco em um processo desenvolvido nos últimos dias e que apontam para um ainda incipiente degelo das relações entre Washington e Havana.

Além disso, buscam neutralizar os apelos do resto dos países latino-americanos para que seja levantado o embargo que os Estados Unidos impõem desde 1962 ao regime cubano. Cuba foi expulsa da Organização dos Estados Americanos (OEA) em 1962 pelas ligações com os países do bloco sino-soviético.

Os apelos, que já começaram a ser feitos na cúpula com os primeiros discursos da presidente argentina, Cristina Fernández de Kirchner, e o líder nicaraguense, Daniel Ortega, ameaçavam dominar a cúpula, apesar de Cuba não participar do evento e de a situação do país não figurar na agenda oficial do encontro.

Na segunda, Obama ordenou o levantamento das restrições às viagens e envios de remessas de parentes em direção a Cuba, assim como medidas para melhorar as comunicações com a ilha.

Havana e Washington trocaram vários gestos de aproximação no primeiro dia da Cúpula das Américas. A Casa Branca admitiu estar “impressionada” com a declaração do presidente cubano, Raúl Castro, na quinta-feira(de que está disposto a discutir sobre “tudo” com os EUA), mas disse esperar ações concretas – libertação de prisioneiros políticos e redução das taxas sobre remessas de cubano-americanos.

Raúl afirmou que está pronto para conversar com os EUA até mesmo sobre direitos humanos, liberdade de imprensa e prisioneiros políticos. “Estamos dispostos a sentar e conversar, como deve ser feito”, disse.

Mea-culpa

Em seu discurso na cerimônia de abertura, Obama falou em “lançar um novo capítulo” no relacionamento com a América Latina e fez vários mea-culpas. “Os EUA mudaram, não foi fácil, mas nós mudamos”, ele disse, diante de aplausos. “Mas não apenas os EUA precisam mudar, todos nós temos a responsabilidade de olhar para a história.”

Obama abordou todas as críticas mais comuns da esquerda latino-americana em relação ao império e prometeu reconhecer os países “que pensam diferente”. “Todos nós fomos colonizados por impérios e conseguimos a libertação.” Hoje, ele se encontrará com líderes da União das Nações Sul-Americana (Unasul).

A Casa Branca achou que o levantamento de restrições a Cuba acalmaria os ânimos, mas muitos líderes continuam dizendo que Obama precisa avançar mais. Segundo um funcionário do Departamento de Estado, não haverá mais nenhum anúncio concreto sobre Cuba durante a cúpula. “O presidente deixou bem claro que agora é necessária uma resposta de Cuba, seja com a libertação de presos políticos ou com a simplificação, do lado cubano, da recepção de remessas'', disse o funcionário ao Estado.

Com agências