Chuvas já deixam três rodovias interditadas no Ceará
De acordo com o boletim da Defesa Civil estadual, municípios em situação de emergência subiram para 23
Publicado 13/05/2009 09:08 | Editado 04/03/2020 16:35
Mesmo com os períodos de trégua, as chuvas que caem no Ceará prejudicam a circulação por conta dos estragos nas estradas. Agora, subiu para três o número de rodovias estaduais interditadas por causa das precipitações na região central do Estado. Segundo o técnico do Departamento de Edificações e Rodovias (DER), Francisco Quirino, equipes estão trabalhando de forma intensivaa para evitar que esses locais fiquem isolados.
Na CE-060 (entre Farias Brito e Crato e de Baturité a Quixadá), que está com o tráfego restrito desde anteontem, a expectativa é que rodovia volte a ter condições até hoje de manhã. Já a CE-138 (entre Cristais e Morada Nova) e a CE-371 (que liga Morada Nova a Jaguaretama) estão cortadas desde a madrugada de ontem. O esforço do DER é para retomar o tráfego em uma das vias.
O município de Canindé, que fica a 120 km de Fortaleza, continua recebendo intensas precipitações desde o último domingo. Somente ontem, foram registrados 87 milímetros, a maior precipitação no Estado de acordo com a Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos (Funceme).
De acordo com a Defesa Civil da município, os R$ 200 mil repassados serão suficientes apenas para a compra de alimentos para os desabrigados.
O prefeito Cláudio Pessoa e o secretário de Infra-Estrutura, João Bosco Martins, farão, amanhã, uma visita ao distrito de Esperança, que está sem fornecimento de água e energia elétrica desde o último dia 25 de abril . No total, 26.432 famílias estão vulneráveis e a perda na safra já chega a 72%. O vereador André de Lima Cruz marcou para o início de junho uma audiência pública para discutir os prejuízos materiais.
Outro problema são os prejuízos estruturais ocasionados pela chuva. Foram contabilizados 33 açudes arrombados e nove passagens molhadas destruídas. As passagens Aristides Rabelo (que dá acesso à estátua de São Francisco), Antônio Neto (que leva ao Estádio Frei Teodoro) e Presidente Dutra (que liga o centro de Canindé ao Distrito Industrial) foram destruídas pela força da água.
Emergência
De acordo com dados do boletim divulgado, ontem, pela Defesa Civil do Estado, o Ceará já contabiliza 22.053 pessoas desabrigadas e outras 32.860 desalojadas. De ontem para hoje, o número de municípios em situação de emergência subiu de 13 para 23, em 78 municípios.
O número de mortos e feridos permanece, com 12 vítimas fatais e 145 feridos, sendo um grave. Também estabilizada está a situação dos reservatórios. Segundo a Companhia de Gestão de Recursos Hídricos (Cogerh), 115 dos 131 açudes monitorados estão sangrando.
População de Itaiçaba teme novas inundações
No município de Itaiçaba, a 164Km da Capital cearense, a preocupação é com o que pode estar por vir. De acordo com o coordenador da Defesa Civil Municipal e secretário de Agricultura, Marcos Vinícios Vieira, as equipes do órgão e da Prefeitura permanecem em estado de alerta por conta da cheia de rios e açudes.
“Estamos preocupados com a liberação de mais água do Castanhão e com o aumento da sangria dos rios Banabuiú e Jaguaribe. Além disso, o Açude Santo Antônio de Russas está com um metro de lâmina d’água. Juntas, todas essas elevações podem provocar uma enchente e chegar entre amanhã (hoje) e quinta-feira”, explica o secretário.
Monitoramento
Para Marcos Vinícios Vieira, caso ocorra uma nova cheia por conta do aumento do volume dos mananciais, comunidades como Alto Serrão, Camurim, Logradouro, Canto da Onça, Baixo Jiqui e Caris podem ser comprometidas. “Estamos fazendo o monitoramento constante para fazer a remoção das famílias que vivem nesses locais caso ocorra uma cheia”, garante.
Até o momento, cerca de 1.850 famílias ficaram desabrigadas por conta das enchentes. Os desabrigados foram alojados nas partes mais altas da cidade. “Todo o município foi afetado, mas a maior parte da população está em área segura”, revela o também coordenador da Defesa Civil.
No campo, a perda da safra chega a 90%. Mesmo onde não houve alagamento, as terras ficaram saturadas de água, levando à perda da produção. A Prefeitura espera para os próximos dias a liberação de R$ 300 mil como verba emergencial. Ele disse ainda que o Governo do Estado está enviando água, mantimentos, roupas e colchões para Itaiçaba.
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