Walter Sorrentino: ''Nosso Congresso acontecerá num contexto singular''

Filiados e militantes das várias bases do PCdoB/CE lotaram o auditório 25 de março na noite da última sexta-feira (22). Walter Sorrentino, Secretário Nacional de Organização do Partido proferiu palestra e participou do debate sobre os desafios do PCdoB na

Walter Sorrentino afirmou que o crescimento do PCdoB aumenta também as suas responsabilidades e destacou o cenário em que o Congresso será realizado neste ano. “Ressalto que iremos debater o Partido num contexto de crise do Capitalismo, num momento em que vivemos no Brasil dois mandatos seguidos de um governo democrático e ainda com um real crescimento do PCdoB no cenário nacional”. Neste sentido, o secretário de organização informou que várias atividades já estão sendo realizadas na busca de se pensar o Congresso. “Não há ainda nada definitivo mas deveremos atuar no nosso encontro em três frentes: a crise do Capitalismo e a alternativa socialista; as eleições 2010 e o Partido em si”.


 


Sobre a Crise


 


Sorrentino destacou que o PCdoB têm realizado muitos encontros para debater a crise. “Sabemos que esta crise é sistêmica mundial e está em agravamento. Ela trouxe efeitos tormentosos para o mundo mas que atingiu principalmente os trabalhadores. Sabemos que crise significa desemprego”, alertou. Segundo o dirigente, esta crise trouxe também várias transformações geopolíticas, uma nova fotografia mundial. “A partir de agora, o mundo será muito diferente e isto vai reavivar a luta pelas alternativas ao Capitalismo. Esta é a hora que a alternativa socialista deve aparecer forte no debate com suas perspectivas de transformar o mundo num lugar melhor”. 


 


Para o comunista, o Brasil sempre se saiu bem nas crises. “A história nos mostra que nos nossos piores momentos, nós fomos buscar caminhos de forma intuitiva, manobrando e alcançando conquistas importantes. A crise pode ser vista como um risco mas também como uma oportunidade de se buscar autonomia”, defendeu.


 


Desafios para 2010


 


Walter Sorrentino afirma que o centro da agenda política já é a campanha eleitoral do próximo ano. “A oposição não engoliu oito anos de um governo popular, progressista e democrático, o que dirá mais um mandato? Eles já se articulam fortemente para derrubar este avanço”. Sobre a atuação do PCdoB nas próximas eleições, o comunista afirmou que o Partido busca fortalecer o bloco de esquerda para que o objetivo de continuar num processo de crescimento do país continue. “Somos do campo do Governo Lula. Apesar dos imprevistos que surgiram, achamos que dificilmente terá outra candidatura mais de esquerda e com programa mais avançado que a de Dilma”, analisou.


 


Sorrentino enfatizou ainda que é preciso que os Comitês Estaduais fortaleçam os debates em torno das próximas eleições. “Para que a gente alcance uma expressiva vitória no ano que vem, vai depender do que estivermos fazendo agora. Temos que nos organizar porque a batalha será grande”, alertou.


 


Organizar o PCdoB


 


O outro tema que segundo o Secretário Nacional de Organização será amplamente discutido durante o 12º Congresso do PCdoB será o Partido em si. “Queremos atualizar o programa do Partido no novo cenário em que nos encontramos”, informou Sorrentino. Segundo ele, é preciso discutir um projeto de debates sobre a crise; um programa para atualizar a transição para o Socialismo e ainda discutir a organização do PCdoB. “Como lutar por este programa? Quais caminhos queremos seguir? É preciso que tenhamos um programa menos abstrato, mais com a cara do Brasil. Vamos lutar por um projeto nacional de desenvolvimento com soberania nacional para fazer frente aos grandes interesses imperialistas. Buscaremos construir um novo regime político, econômico e social porque acreditamos que para ser nacional tem que ser popular”, enfatizou.


 


Sorrentino fez ainda uma ressalva. “Não basta um projeto; não basta um programa. É preciso uma força. E a nossa força é o Partido Comunista do Brasil. Precisamos nos organizar para cumprir uma nova estratégia. Como vamos construir um Partido mais forte, unido e combativo?”, questionou. O secretário afirmou que o PCdoB cresceu, tem se destacado no cenário político nacional – inclusive com a eleição do senador Inácio Arruda – mas que em certos momentos o Partido ainda é fraco. “Precisamos de uma militância atuante. Somos um Partido de massa, precisamos de uma política de quadros atualizada. Queremos formar uma futura geração de dirigentes do Partido. Quem sabe daqui não sairá futuros Patinhas?”.


 


O comunista destacou que durante o próximo congresso, serão grandes os desafios de se estruturar o PCdoB e adequá-lo aos novos desafios. “Não temos dúvidas de que o 12º Congresso será momento de rico debate”, projetou Sorrentino.



 


De Fortaleza,
Carolina Campos