RJ fica abaixo da média em número de jovens que concluem o ensino
Relatório do Unicef mostrou que o estado é o último da Região Sudeste em número de alunos que concluíram o ensino fundamental (até 8º série) e médio.
Publicado 10/06/2009 20:45 | Editado 04/03/2020 17:04
No ensino médio, o Rio de Janeiro (44,5%) ficou abaixo da média nacional (50,9%) e dos estados do Nordeste (44,6%). Em primeiro lugar ficou São Paulo (68,6%), seguido do Espírito Santo (56,3%) e Minas Gerais (55,9%).
Apesar de obter um resultado um pouco melhor, o Rio também ficou em último no número de estudantes concluintes do ensino fundamental. A média nacional foi de 53,7%, menor do que a média da Região Sudeste (70,9%). Em primeiro ficou Minas Gerais (79%), depois vem São Paulo (72,3%), Espírito Santo (65,9%) e, por fim, o Rio de Janeiro (57,8%).
Complexo do Alemão
O relatório da Unicef também apresentou um documento – Complexo do Alemão: educação em situação de emergência – sobre a realidade do local. Os dados têm como base uma missão realizada de 8 a 11 de outubro de 2007 no Complexo do Alemão, para apurar denúncias de violação dos direitos de crianças, adolescentes, jovens e adultos que frequentam as escolas públicas das 13 favelas que integram a região.
O relatório classificou a situação da educação na área como “de emergência”. A missão visitou escolas municipais e estaduais que funcionam na comunidade e sofreram com os conflitos entre bandidos e policiais durante o ano de 2007, quando alunos chegaram a ficar quase dois meses sem aulas. Segundo o estudo, oito escolas são de responsabilidade do município e oito são de responsabilidade do estado.
De acordo com o relatório, o Complexo do Alemão apresenta o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) de 0,711, inferior ao do Brasil, que é de 0,8, e o mais baixo dos 126 bairros do Rio de Janeiro. Aproximadamente 29% da população da região (cerca de 100 mil habitantes) vive abaixo da linha da pobreza.
Avanços
O relatório, em nível nacional, apresenta alguns avanços na educação nos últimos 15 anos. Cerca de 27 milhões de estudantes estão nas salas de aula, o que corresponde a 97,6% das crianças entre 7 e 14 anos.
O estudo “Situação da Infância e da Adolescência Brasileira 2009 – O Direito de Aprender” aponta que os “grandes investimentos” feitos na área desde a década de 90 permitiram ampliar o número de matrículas.
Entre os avanços alcançados pelo Brasil nas últimas décadas, o estudo destaca a redução do analfabetismo em consequência do aumento da taxa de escolarização. O Unicef ressalta que a queda tem sido maior entre os grupos mais jovens.
Os altos índices de repetência e abandono escolar são um aspecto importante que precisa ser enfrentado, segundo a organização. A reprovação tem forte impacto na adequação idade-série, ou seja, o aluno cursar a série indicada para a sua idade.