Uruguai: Galeano lidera campanha por punição a repressores

O escritor Eduardo Galeano vai liderar uma comissão de notáveis que fará campanha para que os uruguaios votem, no referendo do dia 25 de outubro, pela anulação da Lei de Caducidade, que anistiou repressores da ditadura instaurada no país entre 1973 e 1985.

Foi lançada nesta quinta-feira (30) a campanha da comissão que pedirá o fim da Lei de Caducidade, alcunhada de "lei da impunidade", que vigora no Uruguai 1986 e já foi aprovada em uma consulta popular realizada no ano de 1989.

A comissão presidida por Galeano é integrada por mais de 200 personalidades dos campos político, artístico, esportivo e social, do país e que quer a anulação da medida no pleito de outubro, que será realizado simultaneamente às eleições presidenciais no país.

A partir do dia 5 de agosto, a comissão iniciará viagens pelo interior do Uruguai para promover a campanha, que terá como lema a frase: "pela verdade, em outubro dê cor ao seu voto. Seu voto importa, seu voto vale, seu voto anula".

A comissão presidida pelo escritor argentino também conta com o apoio de organizações que defendem os direitos humanos, e da central sindical PIT-CNT, que em 2007 promoveu uma coleta de assinaturas para aprovar a realização da consulta popular.

A campanha conseguiu mais de 300 mil assinaturas, que foram entregues então ao Parlamento para respaldar a aprovação da medida. O referendo de outubro será realizado 23 anos depois que a lei foi aprovada pelo Congresso uruguaio, durante o governo de Julio María Sanguinetti, logo após a democracia ter sido restabelecida no país.

Durante o mandato do atual presidente Tabaré Vázquez, foram concedidas exceções à Lei de Caducidade, o que permitiu a prisão de oito ex-militares e policiais, entre eles o ex-ditador Gregório Alvarez (1981-1985), que responde a processo por crimes de lesa-humanidade.

Fonte: Ansa