Venezuela diz que responderá à Colômbia com 'medidas fortes'

O Ministério das Relações Exteriores da Venezuela ratificou, nesta quinta-feira (30), mediante um comunicado, "seu rechaço" ao que denominou de uma "grosseira campanha" colombiana, em referência às acusações que o país vizinho fez sobre uma suposta entrega de armamento do exército venezuelano às Farc. Também advertiu que "cada agressão do governo colombiano será respondida com medida fortes".

"A Colômbia quer justificar a instalação em seu território de até cinco bases militares d aprincipal potência bélica do mundo, alegando que três lança-foguetes supostamente de propriedade do exército venezuelano teriam chegado nas mãos de um grupo irregular", assinala o comunicado.

Por meio do documento, a Venezuela denuncia qie o governo colombiano deseja passara ao mundo a ideia de que "seus sessenta anos de guerra interna não são responsabilidade da Colômbia, mas de seus países vizinhos, com uma particular preferência por aqueles onde governam forças de esquerda".

O embaixador venezuelano em Bogotá, Gustavo Márquez, disse, nesta quinta-feira, que a Venezuela considera que o acordo militar negociado pelos Estados Unidos com a Colômbia deveria ser tratado no âmbito da Organização dos Estados Americanos (OEA), além de em outras instâncias internacionais.

A declaração foi uma resposta ao pedido do secretário geral da OEA, o chileno Juan Miguel Insulza, para que as diferenças entre Caracas e Bogotá sejam dirimidas mediante o diálogo. Márquez opinou que o enfoque de Insulza foi "equivocado", porque a presença de mais militares estadunidenses em bases colombianas "afeta todos os países da região, não apenas a Venezuela".

"Nossa esperança é de que o tema comece a ser ventilado em organismos como a Unasul (união Nacional Sulamericanas), o Grupo do Rio, a OEA, porque uma vez que se firme o acordo, a relação nunca mais poderá ser igual", afirmou o embaizador.

Veja abaixo a íntegra do comunicado da chancelaria venezuelana:

"O governo da República Bolivariana da Venezuela manifesta sua indignação ante a irresponsabilidade com a qual o governo da República da Colômbia aniquilou os esforços empreendidos para cosntruir uma relação binacional para o benefício de ambos os povos , pondo claramente em perigo a paz e a estabilidade da região.

A acusação feita ao governo venezuelano acerca de um grupo de armas supostamente apreendidas das Farc e o comunicado do governo da Colômbia emitido em 29 de julho de 2009 são a ilustração da hipocrisia com a qual atuam as autoridades colombianas, quando se trata de justificar a loucura bélica que desenvolvem internamente e que se empenham em impor ao resto dos países como única política regional.

O governo colombiano, esquivando-se de suas próprias responsabilidades, quer justificar a instalação em seu território de até cinco bases militares da principal potência bélica mundial, alegando que três lança-foguetes, supostamente de propriedade do exército venezuelano, teriam chegado às mãos de um grupo irregular.

Como de costume, o governo colombiano não explica como circulam em seu território milhares de armas nas mãos de grupos irregulares, mas exige cinicamente que a Venezuela explique a origem de três delas. Por que não cobrar dos Estados Unidos ou de Israel que ofereçam explicações de como milhares de armas fabricadas nestes países estão nas mãos de exércitos guerrilheiros dentro da Colômbia?

Segundo a cartilha já bem trilhada pela elite colombiana, os sessenta anos de guerra interna não são responsabilidade da Colômbia, mas de seus páises vizinhos, com uma particular preferência por aqueles onde governam forças de esquerda.

Se a oligarquia colombiana, antes seu fracassohistórico de construir um país viável, tomou a desonrosa decisão de entregá-lo em comodato aos Estados Unidos, deve assumir-la com clareza frente ao povo da Colômbia, ao invés de proteger-se atrás de pretextos absurdos. A Colômbia de hoje, ocupada militaremente e regida por uma elite belicista, tem se constituído em um perigo latente para a região inteira.

O governo venezuelano ratifica seu rechaço a esta grosseira campanha, ao tempo em que adverte que cada agressão do govenro colombiano será respondida com medidas muito firmes.

O governo da República Bolivariana da Venezuela reitera seu chamado ao povo da Colômbia e aos governos e povos da região, para que, juntos, detenhamos esta política belicista que pretende convertir a América do Sul toda em uma área de violência. Estamos em tempo de deter a loucura belicista da elite que hoje governa a Colômbia.

Caracas, 20 de julho de 2009
 

Fontes: Telesur e Ansa