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Para Heráclito, divulgação de novos atos secretos é "sabotagem"

O 1º secretário do Senado, Heráclito Fortes (DEM-PI), reagiu com um discurso indignado nesta quinta-feira (13) à divulgação de mais 468 atos secretos, datados da fase em que a Casa era presidida por seu correligionário Antonio Carlos Magalhães (BA). Heráclito chamou a divulgação de "sabotagem", "molecagem" e "ato criminoso" de "fundamentalistas" ligados ao ex-diretor-geral Agaciel Maia, que caiu no início da crise.

Heráclito Fortes

A comissão criada pela Mesa Diretora do Senado acreditava que já tinha tomado as providências sobre os atos, que se supunha serem 511. Mas onovos atos secretos, em número apareceram no sistema de informática da instituição e na noite de quarta-feira (12) foram parar no Jornal da Globo e no diário do mesmo grupo midiático.

"Apenas três" têm assinatura de ACM

"Os atos foram inseridos dois dias após a comissão ter concluído o trabalho com relação aos atos secretos anteriores. E o mais curioso é que havíamos pedido a todos os setores, a todas as diretorias, que enviassem informações a respeito do assunto", disse o 1º secretário.

"Nós não vamos conviver com atos secretos", prometeu Heráclito. No entanto, deu menor importância aos 468 atos revelados agora. Disse que "a maioria" já perdeu o efeito, e que "apenas dois ou três" têm a assinatura de Antonio Carlos Magalhães.

"Eu considero isso um ato de sabotagem, diria até que de molecagem por parte de servidores que eu considero fundamentalistas, que acham que vão voltar ao poder para praticar o que se praticou durante todo esse tempo. Até porque, são atos que, na sua quase totalidade, não surtem mais nenhum efeito. Fizeram isso exatamente para criar um clima de insegurança. E, na verdade criou [sic], em relação ao trabalho que estamos fazendo", disse Heráclito.

"Eu não gosto de fulanizar"

O 1º secretário deu a entender que a "sabotagem" foi obra de funcionários ligados a Agaciel, que permaneceu por 14 anos como diretor-geral do Senado, antes de cair devido a denúncias ligadas à posse de uma mansão de R$ 5 milhões em Brasília. Indagado se a pessoa divulgou os novos números seria um aliado de Agaciel, Heráclito evitou citar nomes.

"Eu não gosto de fulanizar. Acho que são diretores de gestões passadas que estão trabalhando no sentido de desestabilizar o que vem sendo feito até agora. Não é aceitável que se esteja brincando com assunto dessa natureza, de se colocar esses atos, não sei com que objetivo. Nós vamos analisar todos os pontos. Se houve crime, se houve má-fé, nós vamos tomar providencias e aplicar medidas exemplares", advertiu.

"Ao que me parece, existe 'digital' com relação aos praticantes do ato criminoso. Estamos trabalhando para saber quem pôs a informação no sistema e acho que vamos descobrir. É um absurdo o que foi feito", disse ainda o senador do DEM.

Com informações da Agência Senado