Ato em praça pública marca jornada de luta em Salvador

A praça da Piedade, no Centro, foi o palco da manifestação pela redução da jornada de trabalho sem redução de salário e mais empregos, em Salvador. O ato organizado pela seção Bahia da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB), em parceria com outras quatro centrais sindicais é parte da Jornada de Lutas realizada conjuntamente em todo o país.

Representantes da CTB Bahia, Força Sindical, União Geral dos Trabalhadores (UGT), Nova Central Sindical dos Trabalhadores (NCST) e União Geral dos Trabalhadores Brasileiros (CGTB) participaram da manifestação. “Esta jornada nacional unificada marca a unidade das centrais e dos movimentos sociais para ampliar a consciência popular sobre a importância da redução da jornada de trabalho ser aprovada no Congresso Nacional. Na Bahia, as centrais sindicais estão se reunindo regularmente visando à criação de um Fórum Permanente de entendimento”, informou o presidente da CTB Bahia, Adilson Araújo.

“Nossa luta é em defesa da redução da jornada de trabalho e contra o desemprego, o arrocho salarial e a retirada de direitos. Queremos um projeto de desenvolvimento autônomo, com valorização do trabalho e distribuição de renda. As isenções fiscais aos empresários devem, necessariamente, prever a garantia do emprego e o respeito aos direitos e às conquistas dos trabalhadores," ressaltou Adilson.

Para a presidente da Força Sindical na Bahia, Nair Goulart, é importante ressaltar a importância da redução da jornada para a qualidade de vida dos trabalhadores. “Com uma jornada menor será possível investir mais na qualificação profissional e no convívio com a família. No caso das mulheres, isto é ainda mais importante, pois muitas enfrentam uma dupla jornada: em caso e no emprego”, declarou.

Movimento em Brasília

A mobilização vai continuar até o dia 25 de agosto, data marcada para a votação do projeto que reduz a jornada na Câmara dos Deputados. Sindicalistas de todo o país vão invadir Brasília para pressionar os parlamentares a aprovar a Projeto de Emenda Constitucional (PEC). O argumento utilizado pelo movimento sindical será a pesquisa do Dieese, apontando que a redução da jornada de trabalho de 44 para 40 horas semanais criaria cerca de 2,5 milhões de novos empregos apenas no primeiro momento.

Trabalhadores do campo e da cidade foram às ruas em diversas cidades do país nesta sexta-feira, unidos contra a crise e as demissões, por emprego e melhores salários, pela manutenção dos direitos e pela sua ampliação, pela redução das taxas de juros, na luta pela redução da jornada de trabalho sem redução de salários, pela reforma agrária e urbana e em defesa dos investimentos em políticas sociais.

Para a CTB o povo não é o culpado pela crise do capitalismo. Ela é resultado de um sistema que entra em crise periodicamente e transforma o planeta em uma imensa ciranda financeira, com regras ditadas pelo mercado. Diante do fracasso desta lógica excludente, querem que a classe trabalhadora pague pela crise. A precarização, o arrocho salarial e o desemprego prejudicam os mais pobres. Nas favelas e periferias. É preciso cortar drasticamente os juros, reduzir a jornada de trabalho sem reduzir salários, acelerar a reforma agrária e urbana, ampliar as políticas em habitação, saneamento, educação e saúde e medidas concretas dos governos para impedir as demissões, garantir o emprego e a renda dos trabalhadores. Com este espírito de unidade e luta, é que as centrais realizaram em todo o país grandes mobilizações.

De Salvador,
Eliane Costa