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PIB japonês cresce 0,9% após um ano de recessão

A economia do Japão cresceu pela primeira vez em mais de um ano, emergindo de sua pior recessão em várias décadas. A segunda maior economia do mundo expandiu-se 0,9% entre o primeiro e o segundo trimestres do ano, após quatro trimestres consecutivos de perdas, conforme os dados divulgados pelo governo nesta segunda-feira (17).

Em termos anualizados, ou seja, caso o mesmo ritmo venha a se manter por um ano, o PIB (Produti Interno Bruto) do Japão cresceu 3,7% no segundo trimestre. Pelo mesmo critério, o pior trimestre foi o quarto do ano passado, em que o PIB japonês teve um recuo anualizado de 13,1%.

O crescimento do segundo trimestre foi atribuido em primeiro lugar a um aumento da demanda por exportações, assim como ao estímulo dos gastos governamentais. A indústria se beneficiou de um crescimento da demanda d China e outros mercados emergentes. Os subsídios governamentais em espécie, para produtos ecológicos, também ajudaram.

As exportações aumentaram 6,3% de um trimestre para outro, o que representou o crescimento mais acelerado desde o segundo trimestre de 2002.

No entanto, Kyohei Morita, um economista da Barclays Capital, disse à AFP que "esta ainda é uma recuperação sustentada por medidas políticas do governo e está longe de ser uma reviravolta autossustentada". Dependente das exportações, o Japão foi fortemente atingido pela crise global e a procura por seus carros e utensílios eletrônicos secou em muitos países industrializados.

Temores de desemprego

As grandes empresas do país, como a Toyota e a Sony, reduziram sua produção e suprimiram milhares de postos de trabalho, fazendo com que a taxa de desemprego chegasse em junho a 5,4%, a mais alta em seis anos.

Os números do desemprego continuam a incomodar políticos e economistas. Estes advertem que a recuperação pode desandar rapidamente, pois os salários estão sendo arrochados e o alívio resultante dos incentivos ecológicos não deve durar muito. A renda dos assalariados se reduziu 1,7% em abril-junho, enquanto os gastos de consumo tiveram um recuo de 0,8%.

Hiroshi Watanabe, economista do Instituto de Pesquisa Daiwa, de Tóquio, disse à Associated Press que, "com a remuneração caindo, é realmente difícil esperar que os gastos individuais aumentem".

O ministro responsável pela política econômica e fiscal, Yoshimasa Hayashi, embora afirmando que a economia estava se recuperando apesar do "ambiente difícil", admitiu que "fatores de risco" perduram, entre eles o elevado desemprego (para os padrões japoneses) e a produção entorpecida.

Porém a retomada foi saudada pelo primeiro ministro, taro Aso, cujo partido, após uma longa permanência no poder, corre o risco de perder a eleição do fim deste mês devido ao descontentamento com a pior recessão em várias décadas.

Com informações da Al Jazira