Argentina e Brasil querem que G-20 coordene economia
Os ministros da Fazenda, Guido Mantega, e de Economia da Argentina, Amado Boudou, afirmaram que o G-20 deve se transformar em "uma instituição mais importante" que o G8 e assumir a coordenação econômica do mundo.
Publicado 20/08/2009 12:43
O Grupo dos Oito (G-8) é formado pelos sete países mais industrializados do mundo mais a Rússia. Já o Grupo dos Vinte (G-20) é formado pelas nações mais ricas e principais economias “emergentes”. Mantega e Boudou se reuniram hoje em Brasília e, entre outros assuntos, analisaram as posições que os dois países apresentarão na Cúpula do G20, que será realizada no final de setembro em Pittsburgh, no Estado americano da Pensilvânia.
"Queremos que o G-20 seja mais importante que o G8, no qual não estão os países em desenvolvimento", declarou Mantega, em entrevista coletiva junto com Boudou. O G8 é formado pela Alemanha, Canadá, Estados Unidos, França, Itália, Japão, Reino Unido e Rússia e foi nos últimos anos o principal fórum de discussões políticas e econômicas do mundo.
Enquanto isso, o G-20 é formado pelas nações do G-8 mais Coreia do Sul, Argentina, Austrália, Brasil, China, Índia, Indonésia, México, Arábia Saudita, África do Sul, Turquia e União Europeia (UE). Segundo Mantega, no G20, os países emergentes, que representam cerca de 70% da economia mundial, "têm o mesmo peso que os mais desenvolvidos".
Trabalho de coordenação
Boudou afirmou que experiências como as da Argentina e do Brasil podem demonstrar, além disso, "como países com receitas não ortodoxas puderam superar as turbulências" da crise financeira global, o que não ocorreu da mesma forma nos países mais ricos.
Na opinião de Mantega, a pressão dos países em desenvolvimento e a própria crise financeira obrigaram a aceitação de algumas mudanças, entre elas as ocorridas nos últimos meses no Fundo Monetário Internacional (FMI).
"O FMI avançou finalmente e agora tem linhas de crédito de emergência e não condicionados", que já foram usados pelo México, afirmou. Segundo Mantega, isso significa um importante avanço, pois, "agora, os países podem retirar dinheiro sem que haja nenhuma ingerência do FMI em suas políticas econômicas".
Mantega e Boudou explicaram que seus respectivos ministérios se manterão em contato e que técnicos dos dois países manterão o trabalho de coordenação das posições que apresentarão na Cúpula do G20, prevista para os dias 24 e 25 de setembro.
Com agências