O transporte público não atende às necessidades de Salvador
Esta foi a principal conclusão da audiência pública sobre o tema, realizada na sexta-feira (28/7), na Câmara Municipal. Convocado pela vereadora Aladilce Souza (PCdoB), o encontro debateu a desoneração de custos para o sistema de transporte em Salvador, que tem uma das passagens mais caras do país. Outro problema é a frota de 2.500 ônibus, que não consegue atender à demanda de 1,5 milhão de passageiros por dia, além de está envelhecida e não oferecer conforto à população.
Publicado 31/08/2009 18:42 | Editado 04/03/2020 16:20
Durante a audiência, a Aladilce Souza defendeu a importância do assunto, "na medida em que o transporte permite a mobilidade urbana e considerando a complexidade das cidades principalmente de metrópoles como a nossa". Ela sustentou que ao transporte deve ser dada a mesma importância que à saúde e à educação. Aladilce questionou o fato de que essa discussão só ocorre quando trazida pelo setor empresarial para discutir custos ou desoneração.
Para a parlamentar, que é líder da oposição, "o transporte é um direito social, um serviço público que tem autorizada a exploração privada através de concessão". Segundo ela, "é preciso que seja estabelecida uma política pública de transporte que considere todos os aspectos, desde a qualidade do serviço, o custo, e as gratuidades, enquanto direito do cidadão". Aladilce se declarou contrária ao posicionamento da mesa, inclusive do vereador Jorge Jambeiro (PSDB) a propósito da Lei 7201, do ex-vereador Agenor Gordilho, que retirou o direito ao passe livre de centenas de usuários portadores de deficiência.
A vereador propôs ainda a realização de uma conferência sobre o sistema de transporte em Salvador, a fim de que a população possa ser ouvida sobre os diversos aspectos que envolvem esse serviço essencial. "Para inúmeros setores da comunidade o deslocamento em ônibus, hoje, envolve um elevado custo financeiro, o que tem impedido, inclusive, o direito de ir e vir", salientou.
Em Salvador, apenas cerca de 20% da população possui carro, o que torna o serviço de transporte público o meio de locomoção mais importante da cidade. Apesar disso, quase nada foi feito nos últimos anos para melhorar o sistema. A intervenção mais significativa na área é a construção do metrô, que se arrasta há 10 anos e até agora só trouxe transtornos para a cidade. A construção do primeiro trecho de 12 km, ligando a estação Pirajá e a Lapa, iniciada em 2000, com previsão de entrega em 2003, sofreu sucessivos atrasos. Hoje, a expectativa é que metade da obra: os 6km que ligam a Rótula do Abacaxi à estação da Lapa, comece a operar nos primeiro trimestre de 2010.
De Salvador,
Eliane Costa com informações da Ascom do gabinete da vereadora Aladilce Souza