Pré-sal da bacia de Santos pode surpreender, diz Haroldo Lima
Para o diretor-geral da ANP (Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis), Haroldo Lima, as perspectivas talvez sejam “surpreendentes”. Dilma Roussef estima que o país tem perspectivas de produzir, apenas com a área já concedida, 1,815 milhão de barris do insumo por dia.
Publicado 01/09/2009 14:04
As perspectivas para o campo de Iara, no pré-sal da bacia de Santos, podem ser melhores do que o estimado inicialmente, afirmou Haroldo Lima. "O presidente Gabrielli acabou de me falar que as perspectivas de Iara podem ser maiores do que se imaginava", disse Lima, citando o presidente da Petrobras, José Sergio Gabrielli.
"Perspectivas talvez surpreendentes", acrescentou o dirigente.
A Petrobras estima que o campo de Iara pode conter reservas recuperáveis de 3 bilhões a 4 bilhões de barris de petróleo e gás. Teste de Tupi será retomado em setembro, diz Petrobras. O Teste de Longa Duração no campo de Tupi, na camada pré-sal da bacia de Santos, será retomado no início de setembro, após a troca do equipamento conhecido como árvore de natal molhada que havia sido instalada no local, informou o gerente-executivo do pré-sal da Petrobras, José Formigli.
Outras perfurações
"Achamos melhor trocar todo o equipamento, tudo o que a gente precisava fazer no poço está resolvido e voltamos bem no início de setembro", informou Formigli, antes da cerimônia de lançamento da proposta do governo para o novo marco regulatório para as áreas do pré-sal. Ele informou que a Petrobras sublocou uma sonda da Exxon, a West Polaris, para acrescentá-la aos testes de fluxo no campo de Guará, iniciados há cerca de um mês e que irão até o final de setembro.
Após o teste, a empresa decidirá se a sonda continuará fazendo testes ou partirá para outras perfurações. "Ou vamos perfurar ou continuar com testes, mas todos no BM-S-9 (Guará e Carioca) e no BM-S-11 (Tupi e Iara)", afirmou ele.
A ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, afirmou que, com o Brasil tendo condições tecnológicas de explorar o petróleo que se encontra na camada pré-sal, o país tem perspectivas de produzir, apenas com a área já concedida, 1,815 milhão de barris do insumo por dia. Atualmente, são produzidos cerca de 1,9 milhão de barris.
Brigas por petróleo
Na Bacia de Santos e na Bacia do Espírito Santo, o país já conta com os campos de Tupi, com perspectiva de produção de cinco bilhões a oito bilhões de barris; Iara, com produção estimada entre três bilhões e quatro bilhões de barris; e Parque das Baleias, com possibilidade de produção de 1,5 bilhão a dois bilhões de barris. De toda a região que a União pode encontrar blocos de petróleo no pré-sal, apenas 29% já foram concedidos.
De acordo com a ministra da Casa Civil, no pré-sal, que se estende da Bacia do Espírito Santo até a Bacia de Santos, a Petrobras perfurou 31 poços, com taxa de sucesso de 87%. Ao apresentar a proposta para o novo marco regulatório do insumo, Dilma relembrou que existem conflitos em cenário mundial provocados e alimentados por brigas por petróleo e observou que novas tecnologias de ponta terão de ser desenvolvidas ao longo dos anos para ampliar o poder de extração do óleo em regiões hoje difíceis, como águas profundas e o próprio pré-sal.
Em sua avaliação, o Brasil tem condições de estar em posição diferenciada neste cenário por ser "um país de grandes reservas, alta tecnologia em petróleo, base industrial diversificada, grande mercado consumidor e estabilidade institucional e jurídica".
Conforme explicou a ministra, em 2030 o déficit mundial de petróleo será de 75 milhões de barris por dia. "Em qualquer cenário de crescimento da economia mundial serão necessárias descobertas de grandes volumes de óleo para suprir a demanda prevista", afirmou Dilma.
Política de comercialização
O ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, afirmou que "definitivamente" não haverá leilões na área do pré-sal neste ano."Tenho recebido pedidos de realizações de novos leilões, mas na área do pré-sal definitivamente não este ano. Não deve ocorrer até o final da aprovação do pré-sal", disse. Ele afirmou ainda que é provável que haja uma nova rodada de leilões este ano, mas sem blocos da região do pré-sal, possivelmente em novembro.
Pela proposta do governo para o novo sistema de partilha para a exploração do petróleo nas áreas do pré-sal, os contratos teriam no máximo 35 anos de vigência, de acordo com apresentação do governo realizada na reunião ministerial da segunda-feira. Segundo o documento, caberá ao Conselho Nacional de Política Energética (CNPE) propor à Presidência da República a política de comercialização do petróleo e do gás natural que caberá à União no novo sistema de partilha.
A nova estatal que será criada para administrar os recursos das áreas não-licitadas do pré-sal será uma sociedade anônima, com poder de veto e voto nos comitês dos consórcios das empresas exploradoras.
Com agências