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Chávez e Ahmadinejad renovam apoio às “nações revolucionárias”

Os presidentes da Venezuela, Hugo Chávez, e do Irã, Mahmoud Ahmadinejad, reafirmaram neste sábado (5) seu compromisso na "luta contra o imperialismo" e ratificaram o empenho de ambos os países em ajudar "as nações revolucionárias" de todo o mundo. Foi o primeiro dia da oitava visita do líder sul-americano ao país asiático.

Sorridentes e efusivos, Chávez e Ahmadinejad se cumprimentaram com um caloroso abraço, no pátio do palácio presidencial em Teerã. Depois, se transferiram para uma sala privada — onde deram início à sessão de trabalho, em uma visita que, segundo fontes diplomáticas venezuelanas disseram à Agência Efe, se centrará na promoção do eixo sul-sul e na consolidação das regras que guiarão as relações entre os dois países durante os próximos dez anos.

"Irã e Venezuela compartilham a importante missão de ajudar as nações revolucionárias oprimidas, e de estender a frente antiimperialista pelo planeta", disse Ahmadinejad, o líder iraniano que iniciou recentemente seu segundo mandato. "Acabaram aqueles tempos em que os poderes arrogantes podiam influir nas nações revolucionárias."

Já Chávez qualificou o Irã de aliado estratégico firme, ao qual a Venezuela apoia em questões como seu "direito" a desenvolver energia nuclear. “Estamos convencidos de que o Irã, como demonstrou, não vai deixar seus esforços para conseguir o que é um direito de seu povo: ter equipamento e estruturas para fazer um uso civil da energia atômica", disse Chávez.

Segundo a emissora PressTV, Chávez também expressou a ideia de construir uma "zona nuclear" na Venezuela, com a ajuda do Irã. Na sexta-feira, o embaixador venezuelano em Teerã, David Velasquez Carballo, confirmou que, atualmente, não existe cooperação nuclear entre os dois países — mas não descartou que pudesse ser estabelecida no futuro. “Na Venezuela, há 40 ou 50 anos, foi construído um reator nuclear que nunca foi colocado em funcionamento", explicou.

Durante estes dois dias de visita, está previsto que os dois presidentes impulsionem os mais de 200 convênios de cooperação assinados em setores como o de petróleo, de habitação, de indústria, de saúde e de transferência de tecnologia. A previsão é de que também assinem acordos para construir duas usinas de etanol, dezenas de casas no Lago de Maracaibo, fábricas de montagem de veículos e tratores, além de projetos militares conjuntos e de questões como vacinas e patentes médicas, afirmaram as fontes diplomáticas.

Os dois países pretendem, ainda, pôr definitivamente em andamento o projeto do banco binacional venezuelano, inaugurado durante a viagem de Chávez em abril, mas que ainda não começou a funcionar. "Esta visita tem o objetivo de estabelecer os mecanismos de acompanhamento, os comitês de trabalho que vão dirigir todo este esforço", explicou o embaixador.

Serão examinadas questões internacionais, como as políticas dos Estados Unidos na América Latina e no Oriente Médio. O objetivo é "fortalecer os laços com base na diversidade, mais que apesar dela, e gerar espaços de articulação e unidade necessários, frente a cenários internacionais preocupantes, como as bases americanas na Colômbia, o golpe em Honduras e algumas posições dos EUA na América Latina", afirmou o embaixador.

O governo iraniano foi um dos primeiros a apoiar Chávez e mostrar sua total rejeição à utilização de bases militares colombianas por soldados americanos. "Irã e Venezuela podem prosseguir com sua cooperação em diferentes cenários internacionais, através da aplicação dos acordos bilaterais assinados", disse neste sábado Ahmadinejad.

Da Redação, com agências