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Aposentados pedem ao Presidente da Câmara votação de matérias

A luta dos aposentados pelo fim do fator previdenciário e reajuste igual ao do salário mínimo chegou ao gabinete do presidente da Câmara, deputado Michel Temer (PMDB-SP, que recebeu, nesta quarta-feira (9), representantes da categoria. Eles querem que a Câmara vote as matérias já aprovadas pelo Senado. E criticam o acordo que algumas centrais sindicais fizeram com o governo. O Presidente da Câmara prometeu levar a reivindicação  aos líderes partidários.

aposentados - Agência Brasil

Em atendimento à recomendação dos parlamentares que o apoiam, como Darcísio Perondi (PMDB-RS), Arnaldo Faria de Sá (PTB-SP) e Jô Moraes (PCdoB-MG), os aposentados saíram da reunião com Temer para visitar todos os líderes partidários a quem vão pedir para que se coloque as matérias em votação.

Antes, os aposentados, que estão em Brasília desde ontem, quando participaram de audiência pública (Aposentado quer apoio da Câmara para fim do fator previdenciário) , fizeram manifestação no Salão Verde, espaço de maior concentração e passagem de parlamentares.

Sem acordo

As matérias já aprovadas no Senado estão sob ameaça de um acordo fechado entre algumas centrais sindicais e o governo para substituir as duas matérias e outras de interesse dos aposentados por uma só. O acordo prevê que as aposentadorias acima do salário mínimo teriam aumento equivalente à metade do crescimento do PIB (Produto Interno Bruto), enquanto o reajuste do salário mínimo é do PIB cheio. E o fim do fator previdenciário seria negociado em troco do Fator 95/85.

"Não concordamos com o acordo que foi fechado com as centrais sindicais (CUT e Força Sindical). Queremos o reajuste para as aposentadorias igual ao do mínimo", disse o presidente da Confederação Brasileira de Aposentados e Pensionistas (Cobap), Warley Martins, ao presidente Michel Temer, pedindo que coloque os projetos em votação.

Para o deputado Darcísio Perondi (PMDB-RS), o Plenário precisa se pronunciar quanto à vinculação entre os reajustes do salário mínimo e dos benefícios previdenciários. "O governo está atrapalhado. Ele começou a negociar há um ano com a Confederação Brasileira dos Aposentados, que é a legítima instituição para isso. Porém, a CUT e a Força Sindical atravessaram e se arvoraram no direito de negociar pelos aposentados. O governo entrou numa canoa furada", disse Perondi.

José Augusto Filho reforçou esse argumento: "As centrais estão mais atrapalhando do que ajudando os aposentados. E a reação já acontece na base, pois os sindicatos filiados a essas centrais estão protestando porque não foram consultados sobre esse acordo e não o homologam." A Central das Trabalhadoras e Trabalhadores do Brasil (CTB) e a Nova Central Sindical dos Trabalhadores (NCST) apoiam a Cobap.

Proposta do governo

Os aposentados não aceitam a proposta do governo de que sejam retiradas de pauta da Câmara quatro propostas que lhes dizem respeito em troca de um reajuste acima da inflação no ano que vem. As propostas são:
– a que acaba com o fator previdenciário;
– a que recompõe o valor recebido pelos aposentados com base no número de salários mínimos que eles recebiam na data de concessão do benefício;
– a que garante às aposentadorias os mesmos percentuais de reajuste concedidos ao salário mínimo;
– e o reajuste de 16,7% para aposentados e pensionistas que ganham mais que um salário mínimo, aprovado pelo Congresso e vetado em seguida pelo Palácio do Planalto. O Congresso pode analisar o veto para derrubá-lo neste semestre.

De Brasília
Com Agência Câmara