Bancários realizam assembleia e orientam Greve a partir do dia 24

O Sindicato dos Bancários do Ceará realiza assembleia geral extraordinária dos bancários de sua base nesta quarta-feira, dia 23/9, a partir das 19 horas, na sua sede (Rua 24 de Maio, 1289, Centro), para dliberar sobre greve a partir do dia 24, por tempo indeterminado.

Campanha Bancários

A proposta global que os banqueiros apresentaram no dia 17, foi rejeitada de pronto pelo Comando, na mesa de negociação. Desde o dia 10 de agosto apresentaram a pauta de reivindicanções onde os bancários querem aumento real de salários, Participação nos Lucros e Resultados (PLR) maior, valorização dos pisos, respeito aos empregos.

Sem aumento real

O reajuste proposto pela Fenaban, de 4,5% para salários, tíquetes e cesta-alimentação e outros direitos como auxílio-creche e pisos, repõe somente a inflação do período, ou seja, congelaria o poder de compra dos bancários. Os banqueiros alegam que "esse ano está muito difícil, não é um bom momento para dar aumento real". Os bancários reivindicam reajuste de 10% (inflação do período mais aumento real).

PLR menor

A Fenaban apresentou um novo modelo de PLR, mais simples, mas totalmente rebaixado. Pela proposta, os banqueiros querem pagar 1,5 salário para todos os trabalhadores, limitado a R$ 10 mil e a 4% do lucro líquido do banco, o que acontecer primeiro, mais parcela linear de 1,5% do lucro líquido, com teto de R$ 1.500.

No ano passado, os bancários receberam 90% do salário mais R$ 966 limitado a 15% do lucro líquido. Na média, isso deu em torno de 1,8 a 1,4 salário. O teto, com a proposta dos banqueiros, sai dos atuais 15% para 4% do lucro. O bancário podia receber até 2,2 salários.

Além disso, a Fenaban propõe uma parcela linear de até R$ 1.500, quando em 2008 os bancários podiam receber até R$ 1.980. E ainda pioram, já que no formato atual esse valor não é descontado dos programas próprios de renda variável. Os bancários reivindicam PLR de três salários mais R$ 3.850 para cada trabalhador.

Pisos sem valorização

A proposta da Fenaban não prevê valorização dos pisos. Mantêm o mesmo reajuste de 4,5% sugerido para os salários. Para os banqueiros, os pisos já foram suficientemente valorizados em outros anos e por isso não apresentaram sequer uma proposta para essa reivindicação.

Os bancários reivindicam elevaçãos dos pisos para:

– Portaria: R$ 1.432.
– Escriturário: R$ 2.047 (salário mínimo do Dieese).
– Caixa: R$ 2.763,45.
– Primeiro comissionado: R$ 3.477,00.
– Primeiro gerente: R$ 4.605,73.

Sem emprego e sem melhoria nas condições de trabalho

"No momento em que vários setores da economia estão fechando acordos com aumento real de salário, é inaceitável que os bancos, os que mais lucraram no primeiro semestre, ofereçam apenas a reposição da inflação e uma PLR que é menor do que os bancários receberam no ano passado", afirma Carlos Eduardo, presidente do SEEB/CE.

"Além disso, os bancários deixaram claro à Fenaban que um acordo este ano passa por garantias de emprego, valorização dos pisos salariais e implementação de políticas que melhorem as condições de trabalho e de saúde, o que inclui o combate ao assédio moral e o fim das metas abusivas."

O Comando Nacional dos Bancários já recusou na mesa de negociação a proposta insuficiente da Fenaban e enviará documento à Fenaban fundamentando todos os problemas contidos na proposta apresentada aos trabalhadores.

Os dirigentes sindicais esperam nova negociação quarta-feira, dia 23, para que os representantes das instituições financeiras apresentem nova proposta contemplando as reivindicações da categoria.

Fonte: Sindicato dos Bancários do Ceará